Mineradoras seguram alta da Bovespa e dólar cai a R$ 3,16
O Ibovespa negocia em alta hoje, na contramão da Europa e dos futuros dos Estados Unidos. O índice subia 0,47% às 13h35, para 64.824 pontos, a despeito da queda de 0,14% do S&P500. Segundo operadores, ativos dos emergentes sobem na expectativa de maiores investimentos americanos no setor de infraestrutura, o que deve favorecer as commodities. O minério de ferro subiu 0,9% em Qingdao, na China, a US$ 81,10 a tonelada.
Vale segura o Ibovespa com seu volume financeiro. A ação PNA sobe 2,16% e girava R$ 316 milhões, de um total de R$ 1,472 bilhão do índice. A segunda colocada em giro, Petrobras PN, caía 0,69% e movimentava R$ 121 milhões. Entre os destaques de alta também estão Usiminas PNA (3,3%), Bradespar PN (2%), Gerdau Metalúrgica PN (2%) e Vale ON (1,25%).
Além disso, o BTG Pactual diz em relatório que as fabricantes de aços longos têm tentado reajustar os preços para seus produtos nos últimos meses e a última investida foi um aumento de 10%. O banco lembra, contudo, que o ambiente está bastante difícil para movimentos do tipo e que qualquer alta será conquistada caso a caso. Os analistas Leonardo Correa, Caio Ribeiro e Carlos Sequeira calculam que haverá um reajuste médio de 5% para aços longos no Brasil durante este ano.
Outro destaque positivo é TIM ON, com alta de 3,3%. O banco Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações da empresa de neutra para compra. Segundo a casa, "dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram um bom desempenho da TIM no segmento pós-pago até dezembro e a valorização do real aumenta a confiança de que a perspectiva de menor intensidade de capital será a principal mensagem da gestão ao apresentar revelar o plano de investimentos de três anos, em 6 de fevereiro".
As ações de construção civil seguem a trajetória de alta no ano e são destaque na Bovespa. Viver tinha valorização de 2,66%, PDG Realty subia 6,27%, Rossi ganhava 6,6% e EZTec tinha alta de 0,27%.
Os papéis do setor, sobretudo os de empresas endividadas, disparam esse ano sob um conjunto de fatores positivos, como o efeito da queda dos juros sobre vendas e dívida, além de expectativas de medidas vantajosas nos distratos.
Hoje saiu a notícia de que o Ministério das Cidades divulgou a Instrução Normativa nº 114 para contemplar os novos limites de financiamento imobiliário do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) para as operações feitas no âmbito no Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo se Serviço (Pró-Cotista).
Agora, o valor de avaliação dos imóveis no Pró-Cotista está limitado a R$ 800 mil, excetuados os casos de imóveis que venham a ser financiados nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e no Distrito Federal, cujo limite é fixado em R$ 950 mil. Antes, o valor limite era de R$ 650 mil e R$ 750 mil, respectivamente.
Os lançamentos da EZTec caíram 18% no ano passado, para R$ 231 milhões. No quarto trimestre, a companhia lançou R$ 87 milhões. As vendas contratadas caíram 82% no ano, para R$ 76 milhões. No trimestre, houve queda de 42%, para R$ 39 milhões.
Ações de educação e de papel e celulose lideram as quedas do Ibovespa. Kroton ON cai 4,67% e Estácio ON perde 3,8%. As ações reagem a notícia da revista Veja desta semana, informando que, depois de entrevistar alunos que têm ou tiveram o financiamento do Fies, encontrou irregularidades ligadas às mensalidades, levando estudantes apoiados pelo programa a pagar mais que outros alunos.
A Kroton afirmou que está "integralmente alinhada" com o cumprimento da legislação educacional brasileira e com as regras de financiamento estudantil além de ser periodicamente submetida a auditorias do Ministério da Educação em relação ao Fies.
Câmbio
O dólar segue em baixa nesta segunda-feira, em queda pelo terceiro pregão consecutivo, para os menores níveis em 11 dias, em torno de R$ 3,15. A moeda zera os ganhos conquistados nas semanas seguintes à eleição de Donald Trump.
O movimento é alinhado do visto no mercado externo. O dólar recua ao menor patamar em um mês e meio contra uma cesta de divisas, oscilando nas mínimas em duas semanas frente ao peso mexicano. Investidores seguem realizando lucros depois de os primeiros discursos de Trump já no comando do país não terem trazido novidades sobre medidas para acelerar a economia americana, com o novo presidente focando-se mais em protecionismo.
O dólar comercial cai 0,66%, a R$ 3,1608. Na mínima, foi a R$ 3,1537, piso desde 12 de janeiro (R$ 3,1534). No dia 8 de novembro, data da eleição de Trump, a moeda encerrou a R$ 3,1681.
No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 0,31%, a R$ 3,1690, depois de tocar uma mínima de R$ 3,1600.
A queda do dólar fortalece o debate sobre o ritmo de rolagens de swaps cambiais pelo Banco Central. Analistas chegaram a dizer na semana passada, antes da posse de Trump, que a volta das rolagens seria uma atitude preventiva do BC, diante do risco de volatilidade.
Mas o discurso de Trump acabou fortalecendo o ajuste de baixa do dólar que já estavam em curso, o que se estende ao Brasil. Até a eleição de Trump, com o dólar na casa de R$ 3,16, o BC ainda estava fazendo operações de swap cambial reverso - que equivalem à compra de moeda no mercado futuro.
Para o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, ao manter a sinalização de que rolará o lote integral de swaps que vencem em fevereiro, o Banco Central indica estar confortável com o atual patamar da taxa de câmbio e busca minimizar volatilidade que eventualmente atrapalhe a trajetória da inflação ao centro da meta.
"A meta do BC hoje é cortar os juros. O que parece é que o BC quer esse espaço para continuar cortando o juro sem gerar ruídos em outros mercados. Por isso tenta manter as condições de liquidez no câmbio", diz.
O operador de câmbio da Hencorp Commcor Cleber Alessie classifica a rolagem como "técnica" e que apenas mantém o patamar de liquidez. "O BC tem ciência de que ainda há choques potenciais, seja com o Trump, seja com algum revés fiscal aqui. E como a rolagem apenas mantém o que já está, o custo benefício é bom. Você garante hedge ao mercado sem aumentar o estoque", diz Alessie.
Nesta segunda, o BC vendeu todos os 15 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão de rolagem. Mantido esse ritmo, o BC postergará o vencimento de todo o lote de US$ 6,4 bilhões em swaps que expira em fevereiro. Também manterá em US$ 26,6 bilhões o estoque total de swaps cambiais tradicionais.
Juros
As ordens de venda continuam dando a tônica no mercado de DI neste começo de semana, com investidores ainda apostando que o Banco Central terá espaço para cortar mais os juros, diante da inflação cadente.
As expectativas para a política monetária mexem com as taxas mais curtas, mas mesmo as de prazos mais longos sentem os efeitos da sinalização do BC, que para o mercado tem mostrado comprometimento em levar a inflação para o centro da meta. Sinal disso é a queda de uma das medidas da inclinação da curva - vista como um termômetro da percepção de risco - ao menor patamar em dois meses.
O DI janeiro de 2025 recuava a 10,970% ao ano, frente a 11,030% no ajuste anterior.
O DI janeiro de 2021 cedia a 10,570%, ante 10,620% no último ajuste.
O DI janeiro de 2018 tinha taxa de 10,915%, frente a 10,930% no ajuste anterior.
Vale segura o Ibovespa com seu volume financeiro. A ação PNA sobe 2,16% e girava R$ 316 milhões, de um total de R$ 1,472 bilhão do índice. A segunda colocada em giro, Petrobras PN, caía 0,69% e movimentava R$ 121 milhões. Entre os destaques de alta também estão Usiminas PNA (3,3%), Bradespar PN (2%), Gerdau Metalúrgica PN (2%) e Vale ON (1,25%).
Além disso, o BTG Pactual diz em relatório que as fabricantes de aços longos têm tentado reajustar os preços para seus produtos nos últimos meses e a última investida foi um aumento de 10%. O banco lembra, contudo, que o ambiente está bastante difícil para movimentos do tipo e que qualquer alta será conquistada caso a caso. Os analistas Leonardo Correa, Caio Ribeiro e Carlos Sequeira calculam que haverá um reajuste médio de 5% para aços longos no Brasil durante este ano.
Outro destaque positivo é TIM ON, com alta de 3,3%. O banco Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações da empresa de neutra para compra. Segundo a casa, "dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram um bom desempenho da TIM no segmento pós-pago até dezembro e a valorização do real aumenta a confiança de que a perspectiva de menor intensidade de capital será a principal mensagem da gestão ao apresentar revelar o plano de investimentos de três anos, em 6 de fevereiro".
As ações de construção civil seguem a trajetória de alta no ano e são destaque na Bovespa. Viver tinha valorização de 2,66%, PDG Realty subia 6,27%, Rossi ganhava 6,6% e EZTec tinha alta de 0,27%.
Os papéis do setor, sobretudo os de empresas endividadas, disparam esse ano sob um conjunto de fatores positivos, como o efeito da queda dos juros sobre vendas e dívida, além de expectativas de medidas vantajosas nos distratos.
Hoje saiu a notícia de que o Ministério das Cidades divulgou a Instrução Normativa nº 114 para contemplar os novos limites de financiamento imobiliário do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) para as operações feitas no âmbito no Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo se Serviço (Pró-Cotista).
Agora, o valor de avaliação dos imóveis no Pró-Cotista está limitado a R$ 800 mil, excetuados os casos de imóveis que venham a ser financiados nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e no Distrito Federal, cujo limite é fixado em R$ 950 mil. Antes, o valor limite era de R$ 650 mil e R$ 750 mil, respectivamente.
Os lançamentos da EZTec caíram 18% no ano passado, para R$ 231 milhões. No quarto trimestre, a companhia lançou R$ 87 milhões. As vendas contratadas caíram 82% no ano, para R$ 76 milhões. No trimestre, houve queda de 42%, para R$ 39 milhões.
Ações de educação e de papel e celulose lideram as quedas do Ibovespa. Kroton ON cai 4,67% e Estácio ON perde 3,8%. As ações reagem a notícia da revista Veja desta semana, informando que, depois de entrevistar alunos que têm ou tiveram o financiamento do Fies, encontrou irregularidades ligadas às mensalidades, levando estudantes apoiados pelo programa a pagar mais que outros alunos.
A Kroton afirmou que está "integralmente alinhada" com o cumprimento da legislação educacional brasileira e com as regras de financiamento estudantil além de ser periodicamente submetida a auditorias do Ministério da Educação em relação ao Fies.
Câmbio
O dólar segue em baixa nesta segunda-feira, em queda pelo terceiro pregão consecutivo, para os menores níveis em 11 dias, em torno de R$ 3,15. A moeda zera os ganhos conquistados nas semanas seguintes à eleição de Donald Trump.
O movimento é alinhado do visto no mercado externo. O dólar recua ao menor patamar em um mês e meio contra uma cesta de divisas, oscilando nas mínimas em duas semanas frente ao peso mexicano. Investidores seguem realizando lucros depois de os primeiros discursos de Trump já no comando do país não terem trazido novidades sobre medidas para acelerar a economia americana, com o novo presidente focando-se mais em protecionismo.
O dólar comercial cai 0,66%, a R$ 3,1608. Na mínima, foi a R$ 3,1537, piso desde 12 de janeiro (R$ 3,1534). No dia 8 de novembro, data da eleição de Trump, a moeda encerrou a R$ 3,1681.
No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 0,31%, a R$ 3,1690, depois de tocar uma mínima de R$ 3,1600.
A queda do dólar fortalece o debate sobre o ritmo de rolagens de swaps cambiais pelo Banco Central. Analistas chegaram a dizer na semana passada, antes da posse de Trump, que a volta das rolagens seria uma atitude preventiva do BC, diante do risco de volatilidade.
Mas o discurso de Trump acabou fortalecendo o ajuste de baixa do dólar que já estavam em curso, o que se estende ao Brasil. Até a eleição de Trump, com o dólar na casa de R$ 3,16, o BC ainda estava fazendo operações de swap cambial reverso - que equivalem à compra de moeda no mercado futuro.
Para o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, ao manter a sinalização de que rolará o lote integral de swaps que vencem em fevereiro, o Banco Central indica estar confortável com o atual patamar da taxa de câmbio e busca minimizar volatilidade que eventualmente atrapalhe a trajetória da inflação ao centro da meta.
"A meta do BC hoje é cortar os juros. O que parece é que o BC quer esse espaço para continuar cortando o juro sem gerar ruídos em outros mercados. Por isso tenta manter as condições de liquidez no câmbio", diz.
O operador de câmbio da Hencorp Commcor Cleber Alessie classifica a rolagem como "técnica" e que apenas mantém o patamar de liquidez. "O BC tem ciência de que ainda há choques potenciais, seja com o Trump, seja com algum revés fiscal aqui. E como a rolagem apenas mantém o que já está, o custo benefício é bom. Você garante hedge ao mercado sem aumentar o estoque", diz Alessie.
Nesta segunda, o BC vendeu todos os 15 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão de rolagem. Mantido esse ritmo, o BC postergará o vencimento de todo o lote de US$ 6,4 bilhões em swaps que expira em fevereiro. Também manterá em US$ 26,6 bilhões o estoque total de swaps cambiais tradicionais.
Juros
As ordens de venda continuam dando a tônica no mercado de DI neste começo de semana, com investidores ainda apostando que o Banco Central terá espaço para cortar mais os juros, diante da inflação cadente.
As expectativas para a política monetária mexem com as taxas mais curtas, mas mesmo as de prazos mais longos sentem os efeitos da sinalização do BC, que para o mercado tem mostrado comprometimento em levar a inflação para o centro da meta. Sinal disso é a queda de uma das medidas da inclinação da curva - vista como um termômetro da percepção de risco - ao menor patamar em dois meses.
O DI janeiro de 2025 recuava a 10,970% ao ano, frente a 11,030% no ajuste anterior.
O DI janeiro de 2021 cedia a 10,570%, ante 10,620% no último ajuste.
O DI janeiro de 2018 tinha taxa de 10,915%, frente a 10,930% no ajuste anterior.
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