Parcela de inadimplentes em 2016 foi a maior em seis anos, diz CNC
A parcela de inadimplentes em 2016 pesquisada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi a maior em seis anos. Os dados constam da pesquisa Perfil do Endividamento das Famílias Brasileiras em 2016, análise realizada com base nos dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010. A fatia dos endividados inadimplentes sem condição de quitar seus débitos foi de 8,9% - a maior da série histórica da pesquisa para este tópico.
No levantamento, que abrange 18.000 consumidores, 58,7% informaram ter algum tipo de dívida em 2016, inferior ao porcentual de 2015 (61,1%) e o menor desde 2012 (58,3%). No entanto, entre os endividados, 23,6% informaram estar com contas em atraso. Além de ser maior do que o apurado em 2015 para a mesma pergunta (20,9%) é o maior desde 2010 (25%).
Cartão de crédito
O levantamento mostrou ainda que 77,1% dos endividados citaram o cartão de crédito como modalidade de dívida principal. Para este tipo de débito, foi a maior parcela registrada desde o início da pesquisa, alertou Marianne. Ela comentou que o cartão é a modalidade de crédito o que conta com juros mais altos, o que torna ainda mais difícil para as famílias quitarem suas dívidas.
"O perfil de endividamento piorou um pouco, realmente, em 2016. Além do fato de as taxas de juros terem aumentado, o comprometimento do consumidor com pagamento de dívidas continuou alto", avaliou ela.
Expectativa
Para a economista da CNC, Marianne Hanson, o ano de 2017 deve ser um pouco melhor, com perspectiva de inflação menos pressionada e juros menos elevados. No entanto, ela observou que a melhora dos indicadores de inadimplência depende da retomada de abertura de vagas no mercado de trabalho, com impacto positivo na renda. "Isto ainda não ocorreu".
Ao analisar os dados, ela informou ainda que a parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas permaneceu estável entre 2015 e 2016, em 30,6%. No entanto, isto não é motivo de comemoração, ressaltou ela. Desde o início da pesquisa em 2010 este é o patamar mais elevado para esta pergunta, notou ela. Ao mesmo tempo, a média anual do percentual de entrevistados que relataram estar muito endividados aumentou de 12,4% em 2015 para 14,3% em 2016.
Marianne avaliou que, em 2017, embora as condições de juros e de inflação sejam mais favoráveis do que o observado no ano passado, isso na prática não garante melhora de indicadores de inadimplência este ano. "O alto patamar de desemprego, isto é muito importante. Vai afetar com certeza a capacidade das famílias de contratar novos empréstimos, e de pagá-los", notou. "Temos fatores positivos acontecendo [na economia] mas o mercado de trabalho responde mais lentamente à possível retomada do crescimento econômico", avaliou.
No levantamento, que abrange 18.000 consumidores, 58,7% informaram ter algum tipo de dívida em 2016, inferior ao porcentual de 2015 (61,1%) e o menor desde 2012 (58,3%). No entanto, entre os endividados, 23,6% informaram estar com contas em atraso. Além de ser maior do que o apurado em 2015 para a mesma pergunta (20,9%) é o maior desde 2010 (25%).
Cartão de crédito
O levantamento mostrou ainda que 77,1% dos endividados citaram o cartão de crédito como modalidade de dívida principal. Para este tipo de débito, foi a maior parcela registrada desde o início da pesquisa, alertou Marianne. Ela comentou que o cartão é a modalidade de crédito o que conta com juros mais altos, o que torna ainda mais difícil para as famílias quitarem suas dívidas.
"O perfil de endividamento piorou um pouco, realmente, em 2016. Além do fato de as taxas de juros terem aumentado, o comprometimento do consumidor com pagamento de dívidas continuou alto", avaliou ela.
Expectativa
Para a economista da CNC, Marianne Hanson, o ano de 2017 deve ser um pouco melhor, com perspectiva de inflação menos pressionada e juros menos elevados. No entanto, ela observou que a melhora dos indicadores de inadimplência depende da retomada de abertura de vagas no mercado de trabalho, com impacto positivo na renda. "Isto ainda não ocorreu".
Ao analisar os dados, ela informou ainda que a parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas permaneceu estável entre 2015 e 2016, em 30,6%. No entanto, isto não é motivo de comemoração, ressaltou ela. Desde o início da pesquisa em 2010 este é o patamar mais elevado para esta pergunta, notou ela. Ao mesmo tempo, a média anual do percentual de entrevistados que relataram estar muito endividados aumentou de 12,4% em 2015 para 14,3% em 2016.
Marianne avaliou que, em 2017, embora as condições de juros e de inflação sejam mais favoráveis do que o observado no ano passado, isso na prática não garante melhora de indicadores de inadimplência este ano. "O alto patamar de desemprego, isto é muito importante. Vai afetar com certeza a capacidade das famílias de contratar novos empréstimos, e de pagá-los", notou. "Temos fatores positivos acontecendo [na economia] mas o mercado de trabalho responde mais lentamente à possível retomada do crescimento econômico", avaliou.
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