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Queda dos juros deve manter confiança do comércio em alta, diz FGV

26/01/2017 18h51

A perspectiva de juros menos elevados este ano deve manter a confiança do empresário varejista em alta este ano. A avaliação é do Superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo, ao comentar a alta de 0,6 ponto no Índice de Confiança do Comércio (Icom) entre dezembro e janeiro, para 78,9 pontos.

Para o especialista, caso não ocorra nenhum choque inesperado na economia, e mantidas as atuais condições, com possibilidade adicional de inflação menos pressionada este ano ante 2016, é possível que o indicador continue a subir e de forma mais intensa do que a elevação observada entre dezembro e janeiro.

Ao ser questionado se a trajetória de elevação do indicador não poderia ser prejudicada por ausência de sinais de recuperação no mercado de trabalho, Campelo comentou que, na prática, o empresariado não efetua, de forma imediata, a conexão entre alta do desemprego e menor vigor nas vendas do setor. O economista explicou que o setor de comércio é mais "pulverizado" do que outros segmentos da economia.

Outro aspecto mencionado por ele é o fato de que o indicador de confiança do comércio é relativamente "insensível" a acontecimentos problemáticos no noticiário político, como os da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), por exemplo. Então, notícias como possibilidade de instabilidade política como a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki por exemplo, citou ele, não têm muito impacto na confiança dos empresários do setor, avaliou. "É um setor que tende a reclamar menos."

Outro aspecto mencionado pelo técnico é o fato de que, o cenário de juros e de inflação para este ano é muito mais favorável ao consumo do que o do ano passado. Como a comparação com 2016 torna o ano de 2017 com melhores condições de compra, isto na prática pode ajudar o setor a elevar confiança de que a situação de vendas pode melhorar nos próximos meses, avaliou.

"Se não houver choque no ambiente político muito grande, ou não conseguir aprovar reformas como a da Previdência, por exemplo, teremos notícias mais favoráveis [no indicador]", avaliou.