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Juros futuros mais longos têm maior sequência de alta em 3 meses

09/03/2017 16h59

Os juros futuros de prazos mais longos cravaram a terceira alta consecutiva nesta quinta-feira, o que não ocorria há três meses. O movimento de hoje comprova a percepção de que investidores pausaram o rali da renda fixa visto desde o começo do ano, diante da deterioração dos mercados externos face os maiores riscos de aperto monetário nos EUA já na semana que vem.


A diferença entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2019 subiu hoje para 41 pontos-base, de 38 pontos ontem. Se esse "spread" se mantiver até o fechamento, será o mais alto desde 19 de dezembro (48 pontos).


Esse aumento foi ditado pelo ganho de prêmio nos juros longos, mais sensíveis à percepção de risco externo. Entre 2 de março e hoje, o DI janeiro de 2019 sobe 1 ponto-base, enquanto a taxa para janeiro de 2021 salta 18 pontos.


A alta mais forte dos juros longos reflete o ajuste global de taxas de juros de mercado às chances de aperto monetário nos EUA. O "yield" (retorno ao investidor) do Treasury - título do Tesouro americano - de dois anos, mais sensível à expectativa para a política monetária americana, renovou hoje uma máxima de sete anos e meio.


As incertezas sobre o impacto no governo da divulgação, prevista para os próximos dias, de depoimentos de dezenas de executivos da Odebrecht também mantiveram investidores na retranca. O temor é que o conteúdo dos depoimentos cause um terremoto em Brasília e ameace a coordenação política, o que teria efeito negativo sobre o andamento do ajuste fiscal.


Por ora, porém, o ajuste de alta dos DIs ainda não tirou do páreo a chance de nova aceleração do alívio monetário. A curva de juros embute hoje 41% de probabilidade de corte de 1 ponto da Selic no encontro do Comitê de Política monetário (Copom) de abril - mesma porcentagem de ontem.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2018 era cotado a 10,245% ao ano, ante 10,240% no ajuste anterior.O DI janeiro de 2019 ia a 9,780%, contra 9,740% do ajuste de ontem.


O DI janeiro de 2021 indicava 10,190%, contra 10,120% no ajuste de ontem.O DI janeiro de 2023 subia a 10,440%, frente a 10,360% no ajuste anterior. E o DI janeiro de 2025 ia a 10,530% (10,450% no ajuste de ontem).