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Bolsa cai com realização de lucros

16/03/2017 13h50

Depois da alta de 2,37% ontem (15), os investidores começaram a primeira parte desta quinta-feira (16) vendendo ações para embolsar os lucros. Às 13h, o Ibovespa operava com queda de 0,71% aos 65.766 pontos.


De acordo com operadores, o movimento de queda do Ibovespa teve início quando o mercado americano abriu e os estrangeiros iniciaram as ordens de venda. As ações que mais caem hoje são aquelas que mais subiram ontem.


"A bolsa tentou abrir com alta, mas as questões políticas com o receio de demora na aprovação da reforma da Previdência ajudou a derrubar o Ibovespa", diz Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos.


Entre os destaques de baixa estão as ações ordinárias da Petrobras, que recuavam 2,71%, enquanto as preferenciais caíam 2,68%. No mercado internacional, o preço do petróleo operava com leva baixa. Ontem, o TCU (Tribunal de Contas da União) liberou a venda de ativos da empresa, mas exigiu mudanças no processo de desinvestimentos. A percepção dos analistas é de que o processo de venda - fundamental para que a companhia reduza sua alavancagem - será mais lento e burocrático.


Outros destaques entre as quedas no horário eram BMFBovespa (-3,11%), CSN ON (-2,63%) e Usiminas PNA (-2,25%).


Entre os destaques de alta, estão Suzano PNA (5,13%), Localiza ON (3,98%), BRF ON (3,39%), Cemig PN (2,85%) e Fibria ON (2,84%).


Câmbio


O mercado de câmbio doméstico destoa dos principais emergentes nesta quinta-feira. O dólar encontra dificuldade em firmar uma direção clara frente ao real, a despeito da sessão favorável a ativos de risco no exterior. Nesse contexto, o Banco Central inicia a rolagem de contratos de swap cambial tradicional, trazendo pressão de baixa para a moeda dos EUA. O vaivém por aqui, entretanto, é atribuído a algum desconforto com a cena política e também à correção diante da acentuada queda do dólar ontem.


Durante a manhã, a divisa americana chegou a subir à máxima de R$ 3,1198 (+0,32%), mas em seguida inverteu a direção e recuou gradualmente até R$ 3,0924 (-0,56%). Às 13h40, a moeda era cotada a R$ 3,1130, em leve alta de 0,10%.


No mercado futuro, o contrato de dólar para abril subia 0,27%, a R$ 3,1285, tendo oscilado entre R$ 3,1340 (+0,45%) e R$ 3,1060 (-0,45%).


"O real não apresenta a mesma constância que outras moedas de economias emergentes porque há uma aparente defesa no nível de R$ 3,10", diz o operador Cleber Alessie Machado Neto, da H.Commcor. "O mercado começa a se questionar se vale a pena ficar vendido e buscar patamares menores em meio a alguns riscos que começam a aparecer na política. É uma região que muitos aproveitam para realizar lucros", diz.


O principal alerta diz respeito ao andamento da reforma da Previdência. As discussões sobre possíveis aumentos de impostos, que permeiam comentários de autoridades do governo, são vistas como pressão para que o Congresso aprove as medidas de ajuste. No entanto, a questão dos tributos geram desconforto nas mesas de operação.


Juros


Os juros futuros atravessam hoje um dia de ajustes. Os sinais de que o Federal Reserve não tem tanta pressa em apertar sua política monetária alimentaram quedas acentuadas nas taxas ontem, assim como as apostas de intensificação de cortes da Selic. Hoje, entretanto, os catalisadores são mais escassos e os investidores realizam lucros, acompanhando os ruídos na arena política.


Às 12h40, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) janeiro de 2018 marcava 10,005%, ante 9,975% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2019 - o mais negociado até então - estava em 9,540%, de 9,490%.


O DI janeiro de 2021, por sua vez, avançava a 9,990%, na comparação com 9,950% no ajuste anterior. Entre vencimentos mais longos, o DI janeiro de 2023 subia a 10,250%, ante 10,230%, e o DI janeiro de 2025 avançava a 10,340%, ante 10,330%.