Fluxo e exterior derrubam dólar a mínima em um mês
O dólar começou a semana caindo a mínimas não vistas em cerca de um mês, chegando a operar na casa de R$ 3,06. A pressão sobre a moeda se intensificou na parte da tarde, conforme divisas emergentes aceleraram as altas, zerando todas as perdas sofridas desde as eleições americanas de novembro passado.
Aqui, entradas de recursos referentes a captações externas já anunciadas ajudaram o real a ser destaque no mercado global de câmbio. A moeda brasileira teve a segunda maior alta diária entre 33 pares da divisa americana, atrás apenas do won sul-coreano.
Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam, acredita que o dólar ainda deve voltar para R$ 3,10 nos próximos dias, mas que taxas próximas a R$ 3,20 como a vistas recentemente não devem se repetir no curto prazo. "O Fed mudou o cenário para emergentes no prazo mais curto", diz.
A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, BC americano) continue gradual no processo de normalização das condições monetárias seguiu influenciando o câmbio emergente nesta sessão. Uma cesta composta por real brasileiro, rand sul-africano, peso mexicano, lira turca e rublo russo subia 0,42% no fim da tarde, apagando todas as perdas registradas depois da eleição de Donald Trump à Presidência dos EUA, em 8 de novembro. Em quatro dias, o ganho acumulado já é de 3,6%. A volatilidade implícita das moedas emergentes caiu ao menor patamar também desde a eleição de Trump, segundo índice do Deutsche Bank.
No fechamento das operações interbancárias, o dólar caiu 0,93%, a R$ 3,0708 - menor patamar para um encerramento desde 23 de fevereiro (R$ 3,0570).
Durante os negócios, a cotação deslizou a R$ 3,0673.
No mercado futuro, em que as operações vão até as 18h, o dólar para abril cedia 0,66%, a R$ 3,0835.
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