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JBS e BRF amenizam perdas e Bovespa fecha em alta

20/03/2017 17h43

Depois da queda da sexta-feira, as ações da JBS e da BRF recuperaram parte das perdas e ajudaram a colocar o Ibovespa em terreno positivo. O índice fechou com alta de 1,05% aos 64.884 pontos e com giro financeiro de R$ 7,3 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre ações.


As ações da JBS e da BRF começaram o dia com queda, mas depois diminuíram a desvalorização. Os investidores analisam os reflexos da Operação Carne Fraca para as companhias. Os papéis ordinários da BRF caíram 2,16% e os papéis da JBS tiveram leve alta de 0,75%.


O volume financeiro com as ações da JBS e da BRF superaram a negociação com papéis da Vale e da Petrobras, isoladamente, no pregão de hoje. Juntas, as ações responderam por 13,31% do movimento do dia. As ações PNA e ordinárias da Vale responderam por 9,37% do movimento da bolsa. Os negócios com os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras somaram 11,47% do movimento do dia.


A JBS e a BRF são investigadas no âmbito da Operação Carne Fraca, que apura um suposto esquema de pagamento de propinas e fraudes na fiscalização de frigoríficos, envolvendo técnicos do Ministério da Agricultura.


Hoje, a China suspendeu o embarque de carnes brasileiras por uma semana, para averiguar os fatos divulgados pela operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, na sexta-feira.


A União Europeia estima que quatro dos 21 frigoríficos implicados na fraude da operação Carne Fraca tem autorização para exportar para o mercado europeu. A União Europeia pediu hoje para o Brasil não mais permitir que os envolvidos vendam para a Europa.


O ministro da Agricultura do Chile, Carlos Furche, anunciou no Twitter que vai cancelar as importações de carne bovina brasileira, até que o país tenha mais esclarecimentos sobre as implicações da operação Carne Fraca.


O desempenho positivo das ações da Petrobras também ajudou a manter o Ibovespa no terreno positivo. Os papéis preferenciais da empresa fecharam com alta de 2,38% e os papéis ordinários tiveram alta de 3,34%. O preço do petróleo fechou em queda no mercado internacional, mas notícias corporativas ajudaram a manter os papéis em alta. A empresa divulga o resultado financeiro amanhã.


De acordo com analistas ouvidos pelo Valor, a média das projeções de seis bancos indica que a expectativa de lucro líquido no quarto trimestre é de R$ 3,095 bilhões. No ano, é esperado um prejuízo de R$ 14,239 bilhões, ante as perdas de R$ 34,836 bilhões em 2015.


As ações do sistema financeiro também subiram, com destaque para as ações ordinárias do Bradesco, que tiveram alta de 2,59%. As ações da Vale também fecharam em alta. Os papéis ordinários tiveram ganho de 1,05% e as ações PNA subiram 1%.


Já as ações das companhias de saneamento operavam em queda. Os papéis da Sanepar caíram 7,50%, os papéis da Copasa tiveram baixa de 6,87% e as ações da Sabesp recuaram 3,11%. Após a decisão surpreendente da Agepar, regulador paranaense do setor de infraestrutura, de parcelar em oito anos o reajuste de 25,6% de tarifa da estatal de saneamento Sanepar - o mercado está acostumado com a prática de metade desse período -, a empresa decidiu que não vai se manifestar contra a determinação nos períodos de audiência e consulta públicas para discutir o processo de revisão tarifária.


A informação foi dada pelo presidente da empresa, Mounir Chaowiche, em entrevista ao jornal Valor, quando classificou o diferimento do regulador como "adequado". Ele disse ainda ter se tratado de uma definição "técnica", que levou em conta a crise econômica instalada no país. A inadimplência, afirmou, é uma preocupação da administração da Sanepar.


O vencimento de opções sobre ações movimentou R$ 3,1 bilhões na BM&FBovespa. O volume é resultado de R$ 1,7 bilhão do exercício de opções de compra e de R$ 1,3 bilhão referente ao exercício de opções no de venda. No último exercício de opções, em 20 de fevereiro, o movimento de opções ficou em R$ 11,3 bilhões.