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IPCA-15 ameniza alta de juros futuros na BM&F

22/03/2017 17h52

O mercado de renda fixa chegou ao fim da tarde desta quarta-feira menos pressionado, mas os ruídos em torno do ajuste fiscal mantiveram a demanda por mais prêmio de risco, o que elevou os juros futuros negociados na BM&F.


À espera do anúncio do contingenciamento do Orçamento, previsto para esta tarde, investidores avaliaram com cautela a decisão do governo de excluir servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência. Para o Itaú Unibanco, a decisão não altera o impacto calculado no resultado primário do governo federal, mas deixa dúvidas sobre que outras "diluições" podem ocorrer. "De todo modo, essas exceções afetam a universalidade da reforma", afirma Pedro Schneider, economista do banco responsável pela análise de política fiscal brasileira.


A Capital Economics chama a atenção para o fato de o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ter reiterado a necessidade de progresso do lado fiscal à luz da política monetária. "A situação continua fluindo, mas os mais recentes ruídos sugerem que o projeto [de reforma da Previdência] tem tido dificuldades de aceitação fora da comissão", afirma Neil Shearing, economista-chefe para mercados emergentes da consultoria.


O DI janeiro de 2019 - que reflete expectativas para a política monetária ao longo de 2017 e 2018 - chegou a registrar a maior alta em mais de 1 mês, comparado à taxa de fechamento da véspera.Ao fim do pregão regular, às 16h, marcava 9,520% ao ano, contra 9,480% no último ajuste e máxima de 9,580%.


O DI janeiro de 2018 indicava 9,960%, ante 9,955% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2021 subia a 9,980%, em relação a 9,920% do ajuste de ontem.


O contrato mais negociado nesta quarta-feira, porém, foi o DI julho de 2017 - que reflete apostas para as decisões do Copom de abril e maio. Esse DI estava em 11,115%, ante 11,125% no ajuste de ontem. O mercado manteve cerca de 80% de probabilidade de corte de 1 ponto percentual da Selic no próximo mês, com apostas respaldadas pelo IPCA-15 de março, que confirmou um quadro benigno para os preços.


O IPCA-15 desacelerou a alta em março para 0,15%, em relação a fevereiro, em linha com as expectativas. O HSBC diz que o número endossa previsão do banco de corte de 1 ponto do juro básico no próximo mês, conforme as expectativas de inflação devem continuar ancoradas. A XP Investimentos, que também estima redução de 1 ponto da Selic em abril, afirma que os dados de inflação deverão ter ajuda extra do calendário, já que sazonalmente a inflação tende a se comportar melhor na metade do ano.