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Oi prevê mercado de pré-pago enxuto e consolidação de teles

23/03/2017 11h48

O mercado de telefonia móvel no Brasil deverá continuar a se consolidar, com redução da base pré-paga, na avaliação do diretor nacional de varejo da Oi, Bernardo Winik.


Segundo o executivo - que participou de teleconferência de resultados nesta quinta-feira (23) -, a situação macroeconômica do país influenciou muito o segmento de telefonia móvel, especialmente o pré-pago.


Na noite de ontem, a Oi divulgou as demonstrações financeiras do ano passado, quando teve prejuízo líquido após impostos de R$ 7,1 bilhões.


Credores


O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou que a operadora busca uma solução que possibilite a aprovação do plano de recuperação judicial dentro de uma "proposta equilibrada". O executivo destacou que a nova versão do plano de recuperação, também apresentada na noite de ontem, tem prazos de carência menores para credores financeiros.


Entre os detalhes do plano, o presidente da Oi mencionou que foi mantido o pagamento de credores trabalhistas para os próximos seis meses.


"Acreditamos que vamos dar um passo muito importante, quando arquivarmos na Justiça do Rio de Janeiro, nos próximos dias, a sugestão de ajustes do plano", disse.


Schroeder afirmou que a proposta, aprovada ontem pelo conselho de administração, é equilibrada e respeita os interesses e perfis de diversos tipos de credores. "A grande demanda que tinha que era colocar 'equity' [equidade]", disse. "É uma proposta equilibrada e é a proposta que pretendemos mandar a juízo e em votação na assembleia", disse.


Schroeder também destacou que, em sua avaliação, a nova proposta melhorou as condições para os bancos, e tratou de maneira muito transparente com os diversos grupos. "Todos os grupos entendem hoje que os valores pagos em 'cash' são o que o caixa da companhia permite. Não podemos comprometer a capacidade de investimento da Oi", salientou, acrescentando que a estimativa é manter o "capex" forte em 2017.


Questionado sobre o interesse de diferente grupos em apresentar planos alternativos, o executivo citou que, caso ocorra, deverá atender a três públicos: Oi, acionistas e credores. Mas, ele reforçou acreditar que o plano a ser aprovado é o que foi apresentado ontem.



Operações


SegundoSchroeder, arecuperação judicial da Oi vem correndo "dentro da normalidade". O executivo acrescentou que, desde que iniciou o processo, a companhia vem apresentando crescimento. Entre junho e dezembro do ano passado, as operações geraram mais de R$ 2,7 bilhões, disse.


"Enquanto o processo vem evoluindo, a Oi vem gerando caixa, aumentando investimentos", afirmou. Para ele, isto confirma a intenção da empresa de "foco nas operações e na geração de valor do negócios".


Schroeder afirmou, ainda, que o ganho real dos custos foi de 13% entre o quatro trimestre de 2015 e o quarto trimestre do ano passado.


Intervenção


O presidente da tele afirmou que vê com naturalidade o fato de a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estar preparada para intervir na Oi. Mas fez questão de destacar melhoria de desempenho da companhia, inclusive com relação à reclamações no âmbito da autarquia.


A média mensal de reclamações contra a operadora na Anatel caiu 26% durante o quarto trimestre de 2016, segundo ele.


Acima da média


A receita de dados da Oi teve uma expansão de 7,8% em 2016, o que impulsionou o faturamento dos segmentos pós-pago e controle, afirmou Schroeder. Enquanto isso, as receitas corporativas de dados e tecnologia da informação (TI) cresceram acima da média do mercado, em 3,5 pontos percentuais, no ano passado, informou ele.


No ano passado, a receita corporativa de serviços de TI cresceu 21,9% em termos anuais, contra 11% do mercado. Entre 2015 e 2016, o gasto médio dos clientes residenciais cresceu 7,8%.


Segundo o executivo, a velocidade média da banda larga atingiu 6,8 Megabytes (MB) no quarto trimestre de 2016, com crescimento anual de 24,1%


"Estamos focados em aumentar a receita operacional com objetivo de reduzir custos e melhorar a experiência do cliente", afirmou Schroeder.