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Dow Jones tem 8º queda consecutiva, maior série negativa desde 2011

27/03/2017 18h06

A lua de mel entre o governo Donald Trump e os mercados passou por uma reavaliação nesta segunda-feira após o fracasso da votação da lei que revogaria e substituiria o Affordable Care Act, mais conhecido como Obamacare, na sexta-feira. Os sentimentos em Wall Street oscilaram ao longo do dia. Permaneceram negativos na maior parte da sessão, mas na última hora de negociações ganharam alguma esperança, que moderou os recuos.


O Dow Jones fechou em queda de 0,22%, a 20.550,98 pontos, na oitava baixa consecutiva e consolidou a maior série negativa desde 2011. O S&P 500 recuou 0,10% a 2.341,59 pontos. O Nasdaq, por outro lado, subiu 0,20% a 5.840,37 pontos.


No S&P 500, oito de 11 setores encerraram no vermelho. A maior perda ficou com os papéis imobiliários, que recuaram 0,80%, seguidos dos de energia, com baixa de 0,47%, impactos pela queda do petróleo.


A retirada do projeto que revoga e substitui o Obamacare ajudou a sustentar as ações de saúde. O setor encerrou em alta de 0,27% no S&P 500.


No Dow Jones, os papéis de Chevron e do Goldman Sachs terminaram o dia nos últimos postos da lista do indicador, como as piores perdas. A petroleira recuou 1,58% e o banco teve baixa de 1,28%.


Os principais índices acionários americanos chegaram a cair mais de 1% em meio a um clima de derrota, no qual os investidores passaram a avaliar com pessimismo as perspectivas de aprovação das reformas prometidas por Trump mais favoráveis ao crescimento, como os cortes de tributos e os gastos com infraestrutura. Porém, na reta final do pregão, a percepção se amenizou.


Nesta segunda-feira, o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, sinalizou um prazo com o qual o governo Trump trabalha para a aprovação da nova política tributária. Conforme o porta-voz, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, veria agosto como o mês ideal para a conclusão do processo. "No entanto", acrescentou, "é preciso angariar maior consenso sobre o tema".


Apesar de ter ganhado moderação no fechamento dos mercados de Nova York, a aversão a risco pautou os negócios na primeira sessão da semana. Segundo analistas, o chamado "Trump trade", uma estratégia que aposta em maior crescimento e inflação com as políticas da nova administração, tem se revertido gradualmente a cada sessão.


A rejeição do chamado Trumpcare - que nem chegou a ser submetido a votação na Câmara, ante a falta de apoio republicano - reforçou as dúvidas sobre as chances de outras iniciativas que dependem de aprovação do Congresso.Isso porque, além da rejeição em bloco dos democratas, deputados de diversas tendências dentro do partido governista, dos mais conservadores aos moderados, mostraram-se resistentes ao projeto e sinalizaram uma divisão que coloca em risco a agenda reformista.