Juro futuro curto volta a cair com investidores de olho no Copom
Antes da divulgação do corte do Orçamento, investidores do mercado de renda fixa tornaram a concentrar as negociações nos próximos passos do Banco Central na política monetária.Os contratos de DI com vencimento em julho de 2017, janeiro de 2018 e janeiro de 2019 foram os mais negociados nesta terça-feira, dois pregões antes da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), para o qual se tem expectativa de que endosse o cenário de aceleração do ritmo da taxa básica.Nesta quarta-feira, os dados do setor de serviços referentes a janeiro concentram as atenções.
As posições tomadas pelos investidores indica praticamente 100% de probabilidade de corte de 1 ponto percentual da meta Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril. Os contratos embutem taxa básica de 9% ao fim do ano.
As taxas de DI de curtíssimo prazo sofreram pressão de venda ao longo do dia após notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu corrigir as tarifas de todas as distribuidoras de energia em abril para que as empresas devolvam cerca de R$ 900 milhões cobrados a mais nas contas de luz ao longo do ano passado. A decisão foi tomada nesta manhã, e há risco de abatimento também em maio.
Isso provocou forte movimentação no mercado de cupom de IPCA (DAP) da BM&F. A taxa real de juros - ativo-objeto desse contrato - para maio de 2017 saltava a 8,25% ao ano na tarde desta terça-feira, máxima do ano. Ontem, essa taxa havia fechado em 6,25%. Quase 40 mil contratos já foram negociados para esse vencimento, contra média diária até ontem de menos de 1 mil no ano.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho de 2017 caía a 11,005% ao ano, frente a 11,015% no ajuste anterior.O DI janeiro de 2018 indicava 9,845%, ante 9,840% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2019 ia a 9,450%, contra 9,410% no último ajuste.
Entre os vencimentos mais longos, o viés de alta foi claro, diante da recuperação das taxas dos Treasuries - títulos do Tesouro americano.O DI janeiro de 2021 avançava a 9,920% (9,850% no ajuste de ontem). O DI janeiro de 2025 subia a 10,260%, comparado a 10,190% de ontem.
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