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Parcela de famílias que não consegue quitar dívidas bate recorde

28/03/2017 12h03

O percentual de famílias endividadas que afirmam não ter condições de quitar suas dívidas atingiu o maior patamar desde janeiro de 2010, início da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


Das famílias endividadas, 9,9% disseram, em março, não ter condições de quitar os débitos. O percentual é superior ao de fevereiro (9,8%) e março do ano passado (8,3%).


"Há um percentual significativo de famílias sem perspectiva de pagar as contas", afirmou a economista Marianne Hanson, da CNC. "As famílias endividadas estão enfrentando condições desfavoráveis de juros. E piorou muito o mercado de trabalho", afirmou.


O porcentual de endividados e inadimplentes também aumentou. Segundo a CNC, as famílias que têm dívidas a pagar são 57,9% do total em março, ante 56,2% em fevereiro. Mas ainda há queda ante março do ano passado (60,3%). A parcela de inadimplentes, por sua vez, aumentou para 23,7% em março, acima do observado em fevereiro (23%) e também em março do ano passado (23,5%).


A economista não descarta uma possível melhora nos resultados da pesquisa nos próximos meses. A parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu entre março do ano passado para março deste ano, de 31,1% para 30,2%. "Temos alguns fatores positivos que podem melhorar os indicadores de endividamento e de inadimplência", disse.


SegundoMarianne, há sinais de que o mercado de trabalho parou de piorar, o que pode ajudar a melhorar o orçamento das famílias. Ao mesmo tempo, a inflação está menos pressionada, o que contribui para o poder aquisitivo das famílias.


Entre as modalidades de dívida, o cartão de crédito continua a ser a mais lembrada em março, sendo citada por 76,6% dos entrevistados, seguido por carnês (15,1%); e financiamento de carro (10,2%).


A pesquisa da CNC abrange entrevistas em universo de 18 mil consumidores.