Banco Central perde R$ 1,2 bilhão com atuação no câmbio até dia 24
O Banco Central (BC) registra uma perda de R$ 1,206 bilhão com as operações de swap cambial em março até o dia 24. Em fevereiro, o ganho foi de R$ 2,102 bilhões e soma a R$ 6,011 bilhões no acumulado do ano. Em 2016, a conta de swaps foi positiva em R$ 75,562 bilhões, após perda de R$ 89,657 bilhões em 2015.
O swap cambial é um derivativo que relaciona as variações na taxa de câmbio com a taxa de juros em um determinado período. De forma simplificada, o BC é ganhador quando o dólar cai e perdedor quando a moeda americana sobe ante o real.
Os swaps não são feitos para o BC ter ganhos ou perdas, mas são uma forma de oferecer proteção cambial ao mercado e de prover liquidez em momentos de instabilidade, preservando as reservas internacionais.
O estoque de contratos, que já passou dos US$ 100 bilhões, está na linha dos US$ 22 bilhões. Em abril, o vencimento soma US$ 9,711 bilhões e o BC ainda está fazendo uma rolagem parcial dos contratos, deixando vencer US$ 4,2 bilhões.
No lado das reservas internacionais quando convertidas para reais, o ganho acumulado em março até o dia 24 é de R$ 1,709 bilhão, após perda de R$ 17,149 bilhões em fevereiro. No ano, a conta é negativa em R$ 65,203 bilhões. Em 2016 a perda contábil foi de R$ 324,123 bilhões. Em 2015, com a alta do dólar, o ganho de variação cambial com as reservas tinha sido de R$ 260 bilhões.
As operações de swaps têm relevante impacto fiscal, pois ganhos e perdas são contabilizados na conta de juros, com consequente impacto no resultado nominal. Em 2015, a perda de swaps elevou o gasto com juro a 8,36% do PIB e puxou o déficit nominal a 10,22% do produto. Já em 2016, o ganho com essas operações ajudou a reduzir o gasto com juros a 6,47%, trazendo o déficit nominal para 8,95%. Agora em 2017, com a queda no estoque de swaps, as variações deixam de ser determinantes para o comportamento das variáveis fiscais.
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