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Bovespa fecha em queda com incertezas políticas locais e com os EUA

30/03/2017 17h44

As incertezas políticas locais e com o governo de Donald Trump têm restringido os negócios no mercado acionário brasileiro. Com fraco giro financeiro, de R$ 4,6 bilhões, o Ibovespa fechou com queda de 0,40% aos 65.266 pontos. A média diária de negócios em março é de R$ 5,6 bilhões.


De acordo com operadores, o mercado está em compasso de espera. "Há incertezas com as medidas que podem ser adotadas por Trump, com a evolução da Lava-Jato e com a condenação de Eduardo Cunha, que pode arrastar outros políticos e atrasar as reformas estruturais", diz Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos.


O resultado das vendas no varejo, que ficaram abaixo do esperado, reforçou a percepção de que o Banco Central (BC) deve cortar os juros no próximo mês. Em tese, os juros mais baixos favorecem o investimento em bolsa de valores.


As vendas do varejo em janeiro caíram 0,7%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a segunda queda consecutiva, já que em dezembro as vendas haviam recuado 1,9%. "Esses dados reforçam a necessidade de aprovar as reformas estruturais para estimular o crescimento econômico", diz Pereira.


Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis unit do Santander que subiram 1,84%, depois de acumular quase 10% de queda nos últimos dias. O banco anunciou que fará uma oferta pública secundária de até 92 milhões de units, para dar saída ao acionista Qatar Holding, que detém 5,5% do capital total. A operação pode movimentar cerca de R$ 3 bilhões. Mas as demais ações do sistema financeiro fecharam em queda, a maior baixa ficou com o Itaú Unibanco, que caiu 1,18%.


As ações da Vale também fecharam em baixa, seguindo a queda no preço do minério de ferro no mercado internacional. O preço da tonelada caiu 0,6% para US$ 81,78, em Qingdao, na China. Os papéis PNA recuaram 0,80% e as ações ordinárias tiveram queda de 0,03%. Mas neste ano, as ações PNA já subiram 22,24% e os papéis ordinários têm valorização de 17,21%.


Apesar da alta no preço do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras fecharam com comportamentos distintos. Os papéis preferenciais fecharam estáveis a R$ 14,45 e as ações ordinárias caíram 0,40%. Os contratos futuros de petróleo WTI com vencimento em maio fecharam com alta de 1,7% a US$ 50,35 o barril.


A Petrobras informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não pretende prosseguir com o processo de venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, alguns acionistas estariam reclamando do descumprimento de regras das Lei das SAs. A lei determina que o não pagamento de dividendos por três anos dá direito a voto no conselho para quem possui ações preferenciais. Consultada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirma que o assunto foi aborda em 2015, em consequência de dois pedidos de interrupção de assembleias. Ambos foram negados com base na Lei do Petróleo. A conversão permitiria diluição do controle da União, o que a lei não permite.


A ação que mais caiu hoje foi a CSN. Os papéis ordinários tiveram baixa de 5,15%. No começo da semana, a empresa informou que decidiu adiar a divulgação de suas demonstrações financeiras completas referentes ao ano passado. A companhia divulgou números não auditados que mostram Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,25 bilhão no quarto trimestre do ano passado. O resultado ficou abaixo do esperado pelos analistas.