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Eletrobras avalia oportunidades de desinvestimento

31/03/2017 13h52

A Eletrobras confirmou que vem avaliando oportunidades de desinvestimento em determinadas sociedades de propósito específico (SPEs), para diminuir sua alavancagem financeira.


Segundo esclarecimento enviado pela elétrica à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em reunião com investidores e analistas realizada ontem (30), o presidente da empresa informou que, das 178 SPEs nas quais a empresa detém participação acionária, a maioria "já se encontra em operação".


"Além disso, informou que, no âmbito do plano diretor de negócios e gestão 2017-2021, a Eletrobras vem avaliando a oportunidade de desinvestimento em determinadas SPEs, porém não foi afirmado que irá vender 110 SPEs", esclarece.


Dívida


Hoje,em evento para acionistas e analistas promovido pela Associação dos Profissionais e Analistas de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec),Wilson Ferreira Jr., presidente da estatal, disse que anegociação de repactuação da dívida da Eletrobras com a Petrobras precisa ser resolvida ainda neste primeiro semestre. O objetivo é concluir o processo de desverticalização da Amazonas Energia em tempo da privatização da distribuidora.


"A negociação da dívida com a Petrobras atrasou por causa da discussão com a Aneel, mas é uma prioridade e precisa ser concluída nesse primeiro semestre", afirmou Ferreira.


Segundo ele, a negociação da dívida é fundamental para a separação entre Amazonas Distribuição (Amazonas D) e Amazonas Geração e Transmissão (Amazonas GT).


Com isso, a Amazonas D poderá ser incluída no pacote de privatizações de distribuidoras em 2017.


Indenizações


A discussão na Justiça sobre os processos que questionam o pagamento de indenizações às transmissoras por meio da tarifa de energia deve ser rápida, com um desfecho "favorável" ao grupo das empresas de transmissão, do qual a Eletrobras faz parte, disse Ferreira Jr.


Um grupo de consumidores, liderados pela Abrace (associação que representa grandes consumidores de energia), entrou com uma ação judicial questionando o pagamento das indenizações, que somam R$ 62 bilhões. Eles argumentam que os recursos deveriam ser financiados pelo Tesouro.


As indenizações se referem aos ativos de transmissão antigos não amortizados que tiveram as concessões renovadas nos termos da Medida Provisória (MP) 579, convertida na Lei 12.783/2013.


Questionado, Ferreira Jr. disse que a definição do pagamento pela tarifa foi o resultado de um processo muito longo.


"Os grandes consumidores precisam se lembrar que isso aconteceu para que houvesse uma redução de 20% na tarifa, que chegou a 30% no caso deles [Abrace]", afirmou.


Ele lembrou ainda que o Tesouro chegou a fazer aportes na época da MP 579 para possibilitar, justamente, as reduções de tarifa.