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Publicitário Duda Mendonça fecha acordo de delação premiada com a PF

05/04/2017 21h57

O publicitário Duda Mendonça fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal de Brasília. O Valor apurou que o acordo foi fechado há cerca de dez dias.


Recentemente, o marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, também fecharam acordos de colaboração. No caso deles, porém, a negociação foi feita com a Procuradoria-Geral da República.


A delação de Duda Mendonça, por sua vez, foi fechada exclusivamente com a PF. O documento foi anexado ao inquérito que investiga supostas irregularidades relacionadas às gráficas que prestaram serviço à chapa Dilma-Temer na campanha eleitoral de 2014, que corre na Justiça Federal de Brasília. O inquérito foi aberto a pedido do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.


Inicialmente, o caso foi para a Justiça de primeira instância do DF porque o Ministério Público entendeu que não havia o envolvimento de pessoas com foro privilegiado.


Mas agora, após a delação de Duda, o caso foi remetido ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver pessoas com prerrogativa de foro. Fachin remeteu a colaboração para manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O acordo ainda precisa ser homologado pelo STF.


Duda Mendonça foi responsável pela campanha vitoriosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e também trabalhou como marqueteiro para diversos parlamentares.


Duda comandou em 2014 a campanha ao governo de São Paulo do pemedebista Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Em seu depoimento ao TSE, o empreiteiro Marcelo Odebrecht disse recentemente que integrantes da alta cúpula do PMDB teriam solicitado recursos para a campanha de Skaf.


O pedido, segundo ele, foi feito durante um jantar realizado em 2014 no Palácio do Jaburu, do qual participaram o presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht Claudio Mello Filho. Dos R$ 10 milhões acertados, R$ 6 milhões teriam ido para a campanha de Skaf.


Apesar disso, Duda Mendonça teria procurado a família Odebrecht após a eleição para cobrar dívidas remanescentes. Segundo Marcelo Odebrecht, o publicitário alegou que não tinha recebido uma parte dos valores referentes à campanha de Skaf.


O próprio Skaf, segundo o ex-presidente da Odebrecht, pediu pessoalmente a doação de R$ 6 milhões. O empresário diz que negou o pedido, alegando que o valor estava "fora das referências" da empresa. Depois disso, no entanto, Mello Filho teria conseguido levantar a quantia com as empresas do grupo.