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Dólar tem sequência de alta mais forte em um mês com receio fiscal

06/04/2017 17h43

O dólar subiu pelo segundo dia consecutivo ante o real nesta quinta-feira, na mais forte série de dois dias em um mês. O real liderou as quedas entre as principais divisas nesta sessão, na véspera da divulgação do "payroll" americano.


As ordens de compras foram ditadas pela piora da percepção de risco doméstica, concentrada no receio de que o governo tenha mais dificuldade para aprovar o ajuste fiscal.


No fechamento, o dólar comercial subiu 1,07%, a R$ 3,1466 - máxima desde 14 de março (R$ 3,1716). Em dois dias, a moeda já se apreciou 1,58%, maior alta para o período desde 9 de março (2,45%).


No mercado futuro, o dólar para maio se valorizava 0,83%, a R$ 3,1635.


A preocupação maior diz respeito à Reforma da Previdência. A sensibilidade dos mercados se dá a partir de alguns pontos do texto, cuja flexibilização foi autorizada pelo presidente Michel Temer. Ao longo de março, os mercados chegaram a sofrer uma correção de baixa justamente pela avaliação de que o governo estaria cedendo em excesso aos pleitos de alguns integrantes da base, movimento que foi visto como uma ameaça à integridade e força do texto da Reforma da Previdência.


Nesta quinta-feira, Temer disse que "o problema central da reforma é a idade" e que repercussões de natureza fiscal decorrentes de alterações ainda serão analisadas.


Em nota, o Morgan Stanley reafirma recomendação de compra para o real e diz que a moeda segue atrativa pelos "carry" elevado e, adicionalmente, pelo cenário-base de que as reformas estruturais serão aprovadas.


O Nomura destaca a importância do debate sobre a Reforma da Previdência na dinâmica do câmbio e reconhece que persistem "muitas questões" em torno da capacidade do governo de aprovar o projeto e dos riscos quanto à profundidade das mudanças a serem impostas ao texto. "Não descartamos o crescente risco de uma reforma mais diluída", dizem profissionais do banco em relatório.