Saques da poupança somam quase R$ 5 bilhões em março
A caderneta de poupança marcou mais um mês com saque líquido dos recursos, o terceiro consecutivo, mas em volumes menores que os registrados no ano passado. De acordo como Banco Central (BC), as retiradas líquidas somaram R$ 4,996 bilhões em março, após uma perda líquida de R$ 1,670 bilhão em fevereiro.
No primeiro trimestre, os saques superaram os depósitos em R$ 17,402 bilhões, ante R$ 24,050 bilhões em igual período do ano passado. Em março de 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 5,379 bilhões.
Em 12 meses até março, os saques são de R$ 34,053 bilhões, recuando dos R$ 34,437 bilhões no intervalo de um ano até fevereiro.
O resultado de março não foi ainda pior graças ao ingresso de R$ 3,478 bilhões no último dia útil do mês. Até a véspera as saídas líquidas somavam R$ 8,474 bilhões.
A poupança encerrou o ano passado com saque de R$ 40,701 bilhões, abaixo da perda líquida de R$ 53,567 bilhões no ano anterior. Em 2014, a poupança teve captação de R$ 24,034 bilhões, após o recorde de R$ 71,047 bilhões de 2013.
Menor crescimento da renda do trabalhador e aumento do desemprego explicam o desempenho da poupança. Outro fator é que a caderneta ainda perde em rentabilidade para outros investimentos, apesar da isenção de imposto de renda e da queda da taxa Selic para 12,25% ao ano.
Os números também sugerem que os saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não estão sendo destinados à tradicional caderneta. Também é possível que, mesmo com esses recursos, haja necessidade de sacar reservas para pagar as despesas do dia a dia. Foram entregues aos trabalhadores quase R$ 6 bilhões no mês passado. Em abril, a previsão é que devem entrar em circulação outros R$ 11,2 bilhões oriundos das contas inativas.
No ano passado, porém, o rendimento da caderneta voltou a ganhar da inflação, pois apresentou rentabilidade nominal de 8,3%, contra uma inflação de 6,3%. Esse quadro se mantém neste ano.
Como o saque líquido no mês foi maior que o rendimento de R$ 3,751 bilhões, o patrimônio total da poupança caiu de R$ 660,650 bilhões em fevereiro para R$ 659,405 bilhões no mês passado. Em 2016, o patrimônio subiu R$ 8,4 bilhões, após ter caído R$ 6,137 bilhões em 2015.
Em março, os bancos que aplicam recursos da caderneta em crédito imobiliário mostraram retirada líquida de R$ 3,542 bilhões (SBPE). As instituições que destinam os recursos para o crédito rural registram saída líquida de R$ 1,453 bilhão (SBPR).
Desde o fim de agosto de 2013, a poupança voltou a ser remunerada pela "fórmula antiga" de 0,5% ao mês mais TR. Pela regra atual, se a Selic voltar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros. Por ora, o mercado trabalha com Selic de 9,25% no fim de 2017, ainda acima dessa linha de corte.
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