Expectativa com economia e cenário global animam Bovespa; dólar cai
Com a redução da percepção de risco para a recuperação doméstica e para o cenário geopolítico global, o mercado de ações brasileiro caminha para encerrar a semana em alta.
O Ibovespa subia 1,27%, para 65.041 pontos, às 13h15. O clima positivo estava espalhado por todos os setores da bolsa, das produtoras de matérias-primas às construtoras e aos bancos.
Tendo começado o dia em queda, após o bombardeio de um alvo militar na Síria pelos Estados Unidos, o principal índice de ações do mercado local foi sentindo o alívio dos investidores conforme outros países manifestavam apoio à decisão do presidente americano, Donald Trump, de retaliar o governo de Bashar al-Assad devido ao usao de ramas químicas contra civis. A principal dúvida entre os analistas, agora, diz respeito à continuidade dação militar.
No Brasil, o mercado passou a ver com um pouco menos de preocupação o andamento das negociações sobre a reforma da Previdência Social, considerada como base para o crescimento sustentável da economia política. A necessidade de a administração Michel Temer ceder em alguns pontos para obter o apoio do Congresso ao projeto já era esperada.
A divulgação de que a economia americana criou, em março, menos empregos do que o esperado - reforçando a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deve aumentar o aperto monetário gradualmente - e dados que mostram a desaceleração da inflação brasileira também ajudam a diminuir o receio do mercado em partir para a compra de papéis. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência do Banco Central para ajustar a Selic, recuou de 0,33% em fevereiro para 0,25% em março, menor taxa para o mês desde 2012.
Depois das fortes quedas dos últimos dias, a Vale era uma das empresas que atraíam mais investidores interessados em aproveitar os preços relativamente baixos para recompor suas carteiras. O papel preferencial da mineradora ganhava 2,23%, a R$ 27,91, enquanto o ordinário tinha elevação de 1,80%, para R$ 29,43. A Petrobras acompanhava os ganhos do petróleo, subindo 2,27% no papel preferencial, para R$ 14,86, e 1,37% no ordinário, a R$ 15,49.
Dólar
O dólar firma a queda ante o real nesta sexta-feira, zerando o avanço acumulado na semana. O recuo da divisa americana foi direcionado, principalmente, pela geração de empregos abaixo do esperado nos Estados Unidos, trazendo algum alívio para emergentes num dia de noticiário geopolítico conturbado.
O relatório de empregos americano mostra que a economia criou 98 mil postos de trabalho em março, ficando aquém da expectativa de 175 mil vagas. Os números de janeiro e fevereiro foram revisados para baixo, somando diminuição de 38 mil vagas ante a leitura inicial.
O indicador, conhecido como payroll, é considerado um dos principais termômetros da política monetária do Federal Reserve. Com isso, foi reforçada a visão de que o aperto monetário nos Estados Unidos seguirá de maneira apenas gradual.
Às 13h15, o dólar comercial recuava 0,55%, cotado a R$ 3,1293, tendo caído até a mínima de R$ 3,1182 (-0,90%). Com isso, a moeda acumula pequena queda de 0,05% nesta semana.
No mercado futuro, o contrato para maio caía 0,46%, a R$ 3,1445, com mínima em R$ 3,1335 (-0,81%). A variação semanal é de avanço de 0,06%.
O movimento está alinhado à valorização do peso mexicano, além da queda dos juros dos Treasuries. Por outro lado, o cenário entre outros emergentes tem sinais de alerta, após o ataque aéreo dos Estados Unidos contra uma base da Síria. A moeda da Rússia tem o pior desempenho entre 33 divisas globais nesta sexta-feira.
O aumento da tensão geopolítica incide principalmente sobre os ativos russos, uma vez que o presidente Vladimir Putin tem laços próximos com o mandante sírio, Bashar Al-Assad.
Por aqui, o andamento do ajuste fiscal e da reforma da Previdência seguem no radar. Foram preocupações em torno desses temas que levaram o dólar a avançar ante o real nos dois últimos dias. Hoje, os agentes financeiros aproveitam a ausência de surpresas domésticas até o momento para ajustar algumas posições.
Os investidores monitoram o encontro do presidente Michel Temer com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e do Planejamento, Dyogo de Oliveira.
Atualmente, a meta do setor público consolidada para 2018 é de um déficit de R$ 66 bilhões (ou 0,9% do Produto Interno Bruto), sendo um déficit de R$ 79 bilhões do governo central, de R$ 3 bilhões de estatais e um superávit de R$ 16 bilhões de Estados e municípios (0,2% do PIB).
Juros
O mercado de renda fixa encontra algum "alívio" nesta sexta-feira, após dois dias seguidos de alerta com o ajuste fiscal. O exterior é o principal catalisador para o recuo nos juros futuros, com baixa nos rendimentos dos Treasuries, diante de números mais fracos que o esperado nos EUA. Por aqui, o clima ainda é de cautela com a reforma da Previdência, mas sem grandes surpresas até o momento, investidores ajustam suas posições.
ODI janeiro de 2021 marcava 9,900%, ante 10,000% no ajuste anterior, tendo caído até a mínima de 9,988%. O DI janeiro de 2019 exibia 9,490%, ante 9,550%, com mínima na sessão de 9,470%. Estes eram os dois contratos mais negociados no dia.
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