IPCA desacelera em março e tem menor taxa para o mês desde 2012
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,25% em março, após marcar 0,33% em fevereiro, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa para o mês desde 2012, quando subiu 0,21%. Em março de 2016, o IPCA aumentou 0,43%.
Nos três primeiros meses de 2017, o IPCA acumulou alta de 0,96%, o menor resultado acumulado no primeiro trimestre desde o início do Plano Real, em 1994.
Nos 12 meses encerrados em março, houve avanço de 4,57%, número próximo da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% no ano. Em fevereiro, o acumulado em 12 meses do índice estava em 4,76% de alta.
O IPCA de março ficou um pouco acima da média de 0,24% estimada por 27 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data. O intervalo das projeções ia de alta de 0,17% a 0,28%. No acumulado em 12 meses, a expectativa era de que a inflação fosse de 4,56%.
Maiores influências
Em março, o grupo Habitação, com elevação de 1,18% e impacto de 0,18 ponto percentual, dominou o IPCA do mês. O grupo foi influenciado pelo aumento na conta de energia elétrica, de 4,43%, principalmente por causa da cobrança da tarifa de bandeira amarela, e teve impacto de 0,15 ponto percentual.
Além da energia elétrica (4,43%), as despesas com habitação (1,18%) ficaram mais elevadas diante do aumento de 1,13% no preço do botijão de gás, tendo em vista reflexos do reajuste médio de 9,80% ao nível das refinarias, concedido pela Petrobras para vigorar a partir do dia 21 de março.
O grupo alimentação e bebidas saiu de deflação de 0,45% em fevereiro para alta de 0,34% em março, com impacto de 0,09 ponto percentual da inflação de março. Ficaram mais caros produtos importantes na mesa do consumidor, como o leite longa vida (2,60%), o café moído (1,89%) e o pão francês (0,91%).
Os outros sete grupos do IPCA tiveram as seguintes taxas: artigos de residência (de 0,18% para -0,29%), vestuário (de -0,13% para -0,12%), transportes (de 0,24% para -0,86%), saúde e cuidados pessoais (de 0,65% para 0,69%), despesas pessoais (de 0,31% para 0,52%), educação (de 5,04% para 0,94%) e comunicação (de 0,66% para -0,63%).
O IPCA mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Vitória, Belém, Brasília, e nos municípios de Goiânia e Campo Grande.
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