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Riscos geopolíticos no exterior afetam dólar e bolsa

11/04/2017 14h05

O dólar desacelera o avanço ante o real no início da tarde desta terça-feira, após superar pontualmente o nível de R$ 3,15. O avanço é atribuído, em grande parte, a tensões geopolíticas no exterior em meio ao atrito entre Rússia e Estados Unidos por causa do conflito na Síria. Domesticamente, as atenções também se voltam para o andamento da reforma da Previdência, após reunião do presidente Michel Temer com líderes da base aliada.


O governo americano e a administração russa têm endurecido o tom, após a ofensiva dos Estados Unidos na Síria. A troca de farpas ocorre por causa da proximidade do presidente russo, Vladimir Putin, com a gestão de Bashar Al-Assad na Síria.Em paralelo, há ainda a tensão com a Coréia do Norte, que disse hoje que vai se defender usando uma "poderosa força de armas" se os EUA continuarem enviando navios para a Península Coreana, de acordo com relatos divulgados hoje.


Às 13h49, o dólar comercial já havia zerado a alta e começava a operar em queda: de 0,05%, para R$ 3,1361, depois de atingir R$ 3,1548 na manhã.O contrato futuro para maio, por sua vez, ganhava 0,16%, a R$ 3,150, tendo avançado até R$ 3,1675.


Os investidores também acompanham o andamento da reforma da Previdência, que manteve alguma cautela durante a manhã. Após a reunião do presidente Michel Temer com parlamentares da base aliada, o relator da matéria na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que apresentou um "esboço" do seu parecer, que será entregue na próxima semana.Maia disse que os líderes presentes autorizaram dizer que encaminharão favoravelmente a reforma após ajustes que serão feitos ao texto inicial.


Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que qualquer mudança na proposta de reforma terá que ser compensada com endurecimento de outras regras.


O operador de uma corretora doméstica destaca que o tom adotado por Meirelles e Maia contribui para alivar a alta do dólar, ao mesmo tempo em que o pico de nervosismo no exterior perde efeito. Para o profissional, os sinais conciliatórios podem acalmar preocupações sobre o andamento da reforma.


Juros


O prêmio de risco exigido pelos investidores no mercado de renda fixa aumentou no fim da manhã. Os juros futuros de vencimentos mais longos ganharam força em meio a sinais de aversão ao risco no exterior. No Brasil, a cautela também era alimentada pelas discussões em torno da reforma da Previdência, em dia de conversas entre Planalto e Legislativo. Os contratos de prazos mais curtos, entretanto, seguiram em baixa diante de ajustes de apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.


Às 13h53, o DI janeiro de 2021 marcava 9,810%, estável em relação ao ajuste anterior, tendo avançado até a máxima de 9,860%. O DI janeiro de 2018 caía a 9,625%, ante 9,670%, e o DI janeiro de 2019 operava estável em 9,360%.


Bolsa


As tensões geopolíticas pesam nos mercados internacionais nesta terça-feira, arrastando a bolsa brasileira também.Depois de abrir em leve alta, o Ibovespa mudou de tendência logo na primeira hora de pregão e passou a cair em meio ao aumento da aversão ao risco em nível global.


No começo da tarde, a queda se suavizou. Às 13h56, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuava 0,17%, para 64.536 pontos.


Todas as atenções dos investidores estão voltadas à visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, a Moscou para tratar da situação da Síria. Ontem, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que "não imagina uma Síria estável e pacífica com Bashar al-Assad no poder", frisando que Washington está aberta a promover novas ações militares contra Damasco.


Enquanto isso, o governo da Coreia do Norte disse estar "pronto para reagir" a eventuais agressões partindo dos EUA. Essa ameaça foi uma resposta de Pyongyang ao envio, pela Marinha americana, de porta-aviões para a região oeste do Oceano Pacífico.


Nesse cenário, as bolsas no mundo inteiro, da Ásia à América, recuam hoje.


No Brasil, as maiores baixas se encontram no setor de commodities. As baixas eram lideradas por Gerdau PN (-2,51%), Metalúrgica Gerdau PN (-2,24%), Ultrapar ON (-1,98%), Vale ON (-1,96%) e Vale PNA (-1,96%).


Entre as altas, destacavam-se a Hypermarcas ON (2,19%), BR Malls ON (2,13%), Cemig PN (2,08%), Natura ON (1,96%) e BRF ON (1,73%).