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Usiminas: Nippon volta a acusar Ternium de buscar controle ilegalmente

11/04/2017 09h46

O grupo siderúrgico japonês Nippon Steel & Sumitomo Metal publicou nesta terça-feira (11) em jornais um comunicado no qual volta a acusar sua sócia na Usiminas, a Ternium/Techint, de desestabilizar a controlada e agir 'ilegalmente' para ter seu controle absoluto.


De acordo com a Nippon Steel ? que detém 32,41% das ações ordinárias da Usiminas e 18,48% de seu capital total ?, a destituição de Rômel de Souza pelo conselho de administração, em 23 de março, foi uma tentativa da Ternium ? dona de 39,57% dos papéis ON e de 23,06% do capital total ? de burlar decisão prévia do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).


Em outubro, o TJ-MG decidiu por unanimidade reconduzir Souza à presidência da Usiminas, depois de outra deliberação do conselho, essa em maio, tê-lo substituído por Sergio Leite, então vice-presidente comercial. Essa foi a mesma troca que o colegiado realizou no mês passado, mais uma vez.


O problema é que o acordo de acionistas da Usiminas, que além de Nippon Steel e Ternium, também agrega a Previdência Usiminas, prevê que as escolhas de executivos devem ser acertadas pelos controladores em reunião prévia à do conselho. Não houve esse consenso antes dos conselheiros se encontrarem.


"A medida tomada recentemente nos faz suspeitar que a Ternium/Techint, já ciente da dificuldade de reverter a última (e acertadíssima) decisão do TJ-MG, pretendeu forçar a eleição de um CEO de sua preferência para deter o controle absoluto da Usiminas", diz o anúncio da Nippon Steel.


Isso faria, acrescenta o texto, da Usiminas uma "simples subsidiária do grupo ítalo-argentino em sua estratégia para a América Latina". A siderúrgica japonesa é contra essa posição, principalmente porque desde a década de 1950, quando a Usiminas foi criada, está presente no bloco de controle da empresa.


Sobre Souza, a Nippon Steel afirma que confia em seu retorno porque crê em sua competência e em seus valores como "pessoa e gestor". "Nós da Nippon Steel, assim como os mineiros, não toleramos aqueles que não pautem sua atuação pelo interesse coletivo, muito menos que, por interesse próprio, reiteradamente se utilizem de ilicitudes em desafio às instituições", acrescenta o anúncio.


"Temos assim, de um lado, um grupo que propositadamente cria situações de discórdia, gerando instabilidade para a Usiminas, e de outro, a Nippon Steel, que nutriu com a Usiminas um relacionamento de confiança de 60 anos, pensando sempre em primeiro lugar nos interesses da siderúrgica", afirma o grupo. "Qual delas age buscando o melhor para a Usiminas, para este Estado [Minas Gerais] e para o país?"