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Cautela prevalece após lista de Fachin e Ibovespa fecha em baixa

12/04/2017 17h37

No dia seguinte à divulgação da "lista de Fachin", o mercado financeiro manteve a cautela. A perspectiva é de que a abertura de inquéritos envolvendo parlamentares não deva interferir na aprovação das reformas estruturais. De acordo com operadores, a maior parte dos nomes citados na lista já era conhecida pelos investidores e o julgamento dos parlamentares pode demorar anos, o que não atrapalha, neste momento, a aprovação das reformas.


O Ibovespa oscilou durante o dia e fechou com queda de 0,73% aos 63.892 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 14,6 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa. As operações de opções foram liquidadas pela média de negócios realizada entre às 14h e 17h. "Nesse momento, a lista de Fachin não trouxe uma mudança expressiva de cenário para o mercado. Já se sabia que vários parlamentares estariam envolvidos e o presidente Michel Temer já havia se posicionado sobre o afastamento ou não dos envolvidos", diz Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.


As questões geopolíticas continuaram no radar dos investidores e ajudaram a diminuir os negócios no mercado de ações. Além disso, as bolsas americanas, que funcionam como patamar para os demais mercados, também fecharam em baixa. O S&P 500 caiu 0,38% aos 2.344 pontos, o Nasdaq caiu 0,52% aos 5.836 pontos e o Dow Jones recuou 0,29% aos 20.591 pontos.


Entre as ações mais negociadas, os destaques de queda ficaram com as ações da Vale, que sucumbiram à desvalorização do preço do minério de ferro no mercado internacional. A tonelada negociada em Qingdao, na China, caiu 8,5% para US$ 68,04. Os papéis PNA da Vale caíram 4,41%, os papéis ordinários tiveram baixa de 4,33%. As ações preferenciais da Bradespar, acionista da Vale, recuaram 5,97%. As demais ações do setor de siderurgia fecharam em queda. A ação PNA da Vale registrou o maior volume de negócios do dia, de R$ 1,2 bilhão.


As ações da Cemig encerraram o dia com queda de 3,85%. A empresa divulgou que teve prejuízo de R$ 299 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de R$ 566 milhões registrado no mesmo trimestre do ano anterior. No ano passado, a companhia teve lucro de R$ 334 milhões, queda de 86,5% na comparação com 2015.


As ações da Braskem fecharam com queda de 2,18%. A empresa foi citada em sete petições do relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin. A Braskem é controlada pela Odebrecht e tem a Petrobras como acionista.


Em nota, a Braskem lembra que assinou em dezembro de 2016 um acordo global de leniência que inclui todos os temas relativos às práticas impróprias no âmbito da Operação Lava Jato, pelo qual está pagando mais de R$ 3 bilhões em multas e indenizações. A empresa, que continua cooperando com as autoridades, vem reforçando seu sistema de conformidade para que tais práticas não voltem a ocorrer.


As ações da Petrobras fecharam com queda e os papéis preferenciais recuaram 0,20% e as ações ordinárias recuaram 0,39%. O preço do petróleo fechou com alta no mercado internacional. Os contratos de petróleo tipo WTI tiveram baixa de 0,5% a US$ 53,11 o barril. Os estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos caíram 2,166 milhões de barris na semana passada, para 533,377 milhões, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia.


Entre as ações que mais subiram os destaques são os papéis da BRF, que tiveram alta de 2,39%, com a retomada das operações do frigorífico da BRF em Mineiros (GO) e a gradual retomada do setor avícola após a deflagração da Operação Carne Fraca. As ações da Marfrig também encerraram o dia em alta, com ganho de 2,87%. As ações da Azul, que começaram a ser negociadas ontem na bolsa de valores, fecharam com alta de 2,50%, valendo R$ 22,96.