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Incertezas políticas limitam negócios na bolsa e queda do dólar

13/04/2017 13h50

As divulgação das delações dos executivos da Odebrecht reforçaram a cautela com que os investidores vinham operando nos últimos dias. Os depoimentos envolvem diversos parlamentares acusados de receber propina e que serão investigados.


Os investidores estão receosos de que essa instabilidade política possa atrasar o processo de votação da reforma da Previdência Social, considerada essencial para equilibrar o déficit fiscal e permitir a retomada do crescimento. As tensões geopolíticas também permanecem no radar dos investidores e não ajudam no aumento de novas apostas no mercado de ações. A véspera do feriado é outro fator que contribuiu para um dia mais calmo no mercado financeiro.


O Ibovespa operava com baixa de 0,58% aos 63.524 pontos, às 13h20. "São muitas dúvidas dos investidores que têm reduzido os negócios na bolsa. A principal é como fica a aprovação da reforma da Previdência", diz Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commor DTVM.


O corte de juros anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que reduziu a taxa em um ponto percentual, ontem, para 11,25% ao ano, não interfere no desempenho do Ibovespa. A redução dos juros já era esperada pela maior parte dos analistas. Mas a ação da BR Malls, que se beneficia de juros mais baixos, operava com alta de 1,63%.


Entre as maiores altas do horário estão Kroton ON (2,18%), Gerdau Metalúrgica PN (1,93%), Gerdau PN (1,68%), BR Malls ON (1,42%) e Bradespar PN (1,27%).


Em reação ao noticiário político, Braskem PNA lidera as perdas (-3,15%). Na sequência estão Embraer ON (2,70%), Brasil ON (2,70%), Suzano PNA (2,16%) e CCR ON (1,92%).


A Embraer informou seus dados operacionais do primeiro trimestre, que apontavam queda de 14,2% nas entregas da aviação comercial e de 34,8% nas da aviação executiva.


Dólar


O dólar opera em queda nesta quinta-feira, dando sequência ao movimento global deflagrado ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicado destacou que a moeda americana "está ficando muito forte" e que, dessa forma, gostaria que o Federal Reserve mantivesse os juros baixos. O recuo da divisa americana só não é mais amplo por causa da cautela com o noticiário político nesta véspera de feriado.


O sócio-gestor na Absolute Investimentos, Roberto Serra, aponta que, embora a diferença não seja acentuada, o câmbio doméstico não tem conseguido acompanhar o desempenho dos pares. "Boa parte é devido a notícias da política, que fazem o cenário parecer mais negativo do que realmente é", diz. "Se não fosse por isso, estaríamos com cotações mais baixas, porque temos visto entrada de recursos no país e um dólar mais fraco no exterior".


Às 13h40, o dólar comercial operava perto da estabilidade, cotado a R$ 3,1352 (alta de 0,04%), após recuar até R$ 3,1162 (-0,57%).O contrato futuro para maio, por sua vez, sobe 0,24%, a R$ 3,1445, tendo oscilado entre a máxima de R$ 3,1490 (+0,38%) e a mínima de R$ 3,1265 (-0,33%).


Juros


Os ajustes de posições no mercado de renda fixa justificam viés de alta nos juros futuros de curto prazo, após a decisão do Copom. A leitura para o próximo encontro é de que o ritmo de flexibilização deve ser mantido, embora haja riscos a serem monitorados. Um dos alertas diz respeito ao andamento da reforma da Previdência e, com isso, os investidores ficam ainda mais alertas com o noticiário político.


O DI janeiro 2018 opera hoje a 9,650%, ante 9,640%, e o DI janeiro de 2019 marca 9,450%, ante 9,420%. Já o DI janeiro de 2021 exibe 9,950%, de 9,880% no ajuste anterior. Hoje estes contratos também seguem entre os mais negociados.


A movimentação do mercado, entretanto, não se limita à resposta ao Copom. Para o operador de uma corretora nacional, há ainda a cautela com o noticiário político antes do feriado de Sexta-Feira Santa. "As novidades da Lava-Jato acabam poluindo um pouco o cenário para juros e trazem alguma pressão de alta", diz.


Entre os vencimento de prazos ainda mais longos, o DI janeiro de 2023 sobe a 10,200%, ante 10,140% no ajuste anterior, e o DI janeiro 2025 avança a 10,310%, de 10,240%.