PT pediu R$ 5 milhões para campanha de Gleisi Hoffmann, diz delator
O delator Benedicto Junior, ex-executivo e chefe do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, disse em seu depoimento que a empresa só autorizou doações de R$ 5 milhões via caixa 2 para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Paraná em 2014, pois houve um pedido superior do PT nacional feito diretamente a Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo empresarial.
De acordo com relatos a procuradores do Ministério Público Federal, Benedicto explicou que esse valor era considerado alto para os padrões de doações feitas pela Odebrecht e dificilmente um executivo da empresa aceitaria fazer um pagamento tão alto assim. E que inclusive chegou recomendar, em várias ligações, à própria Gleisi para que ela procurasse o PT, a quem a companhia estava fazendo doações diretas naquele ano sem apontar candidatos específicos. Segundo ele, a empresa não tinha interesse empresarial algum no Paraná.
No entanto, em setembro de 2014, portanto, há um mês das eleições daquele ano, Marcelo Odebrecht pediu a Benedicto para que ele fizesse essas doações. Por sua vez, Marcelo estava atendendo a um pedido vindo da campanha petista à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff, pelo fato de Gleisi ter sido ministra-chefe da Casa Civil de Dilma em seu primeiro mandato. Benedicto, porém, não soube dizer se Marcelo atendia a um pedido feito por Antonio Palocci ou por Edinho Silva, ambos petistas da cúpula nacional do partido.
"Era frequente nós negarmos doação. Se houvesse interesse a gente podia não fazer, a senadora era uma boa pessoa, mas para o Estado Paraná, onde ela estava concorrendo, não tinha nenhuma visão nossa nem de negócios, nem de ela estar conseguindo crescer na campanha", afirmou Benedicto.
"Eu diria que era um valor atendendo a um pedido do partido. Não era um valor que um executivo nosso proporia (ou aceitaria) normalmente. É bastante expressivo", concluiu.
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