Dólar sobe com cautela por Previdência e aversão ao risco no exterior
A cautela no mercado de câmbio prevaleceu no fim da tarde desta terça-feira e o dólar fechou em alta. Somado a sinais de aversão ao risco no exterior, os agentes financeiros preferiram adotar posições pouco mais defensivas enquanto acompanham a vaivém da política à espera de uma visão mais clara a respeito da reforma da Previdência.
Foi adiada para esta quarta-feira a leitura do texto final da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara. O relator da matéria, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), teria solicitado mais tempo para redigir os ajustes finais no parecer. Entre os pontos que estão atualmente em discussão, está a idade mínima de aposentadoria das mulheres.
"O governo está negociando com parlamentares e acaba abrindo mão de algumas propostas iniciais diante do ambiente político turbulento, que dificulta o consenso ao redor da Previdência", diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno. "A dúvida é se o governo vai manter a espinha dorsal da reforma e, assim, se será capaz de dar mais tranquilidade para investidores", acrescenta.
Por ora, as mudanças discutidas têm impacto "marginal" no ajuste de contas públicas. "Não é o ideal, mas ainda é uma reforma que traz avanços", acrescenta Rostagno.
Há ainda a leitura no mercado de que as negociações em Brasília estão intensas, elevando a incerteza e o nervosismo nas mesas de operação. Após reunião do governo com integrantes da bancada feminina da Câmara, o relator da reforma na Casa deve se encontrar ainda hoje com a chamada "bancada da bala" e de representantes de policiais federais para tentar chegar a um acordo sobre aposentadoria especial para a classe.
O dólar fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 3,1132, tendo avançado até a máxima de R$ 3,1232. Com isso, a moeda reverteu a queda de mais cedo quando ainda era pressionado pela sinalização do Banco Central de que deve fazer a rolagem integral do próximo vencimento de contratos de swap cambial. Na mínima, a divisa caiu até R$ 3,0877.
No mercado futuro, o contrato para maio subia 0,42%, cotado a R$ 3,1195, por volta das 17h00. O ativo oscilou entre R$ 3,1310 e R$ 3,0955.
No exterior, há ainda busca por segurança diante do aumento das tensões geopolíticas, envolvendo a Coreia do Norte e a Síria. Os mercados acompanham ainda as últimas pesquisas eleitorais na França, onde o pleito acontece no próximo domingo, 23.
"Lá fora, aparece mais esse o mau humor na Europa com a aproximação das eleições francesas e preocupações em torno das tensões entre os EUA e a Coreia do Norte", aponta o operador Alessandro Faganello, da Advanced Corretora. Entre os pares globais, o dólar subia ante o peso mexicano (+0,48%), o rublo russo (+0,57%) e o rand sul-africano (+0,08%). A moeda dos EUA avança ainda diante das moedas da Austrália e Canadá.
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