Mercados reagem a ata do Copom e reforma da Previdência; juros caem
Os mercados financeiros brasileiros operam nesta terça-feira sob a influência das informações contidas na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento abre espaço para apostas de uma intensificação do corte do juro básico Selic, com efeitos tanto no mercado de DIs, quanto na bolsa e no dólar. Por outro lado, os investidores também acompanham com atenção o andamento do processo da reforma da Previdência Social.
Bolsa
O mercado de ações brasileiro apresenta bastante instabilidade nesta terça-feira. O Ibovespa, principal índice da bolsa, recuava 0,45%, para 64.044 pontos, às 13h30, seguindo as perdas das bolsas americanas. A Gol recuava 4,4%, na pior baixa do Ibovespa.
Entre os investidores, o otimismo quanto à trajetória de queda de juros no Brasil, que impulsiona os bancos e as empresas do setor de consumo, reveza com o mau humor de curto prazo em relação aos preços das commodities.
As ações da Vale estão entre os piores desenpenhos, com queda de 3,97% para ordinárias e preferenciais. Os papéis reagem à baixa do minério de ferro, cujo preço recuou 4,6% hoje, para US$ 63,20 a tonelada.
Dólar
O dólar opera com pequena variação ante o real nesta terça-feira. Os agentes financeiros mantêm a cautela enquanto aguardam a leitura do relatório final da reforma da Previdência, que foi adiada para amanhã.
Operadores apontam que as discussões sobre a reforma elevam o sinal de alerta, diante das preocupações em torno de flexibilização das novas regras e o consequente enfraquecimento do ajuste fiscal.
Às 13h30, o dólar comercial recuava 0,01%, cotado a R$ 3,1032, com mínima em R$ 3,0877. Na máxima, logo nos primeiros negócios do dia, a divisa avançou a R$ 3,1126.
Nesta terça-feira, o real tem desempenho levemente melhor que principais emergentes. Entre os pares globais, o dólar sobe ante o rublo russo (+0,61%) e o rand sul-africano (+0,09%), enquanto tem leve queda ante o peso mexicano (-0,03%). A moeda dos EUA avança ainda diante das moedas da Austrália e Canadá.
Juros
O mercado de renda fixa já trabalha com aumento de apostas de cortes mais intensos da Selic. Os investidores operam nesta terça-feira com base na interpretação da ata da última reunião do Copom. De acordo com o documento, os dirigentes do Comitê argumentaram que a evolução da conjuntura econômica já permitiria um corte maior do que o decidido em abril, de 1 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O relato foi visto como sinal de que há mais espaço para acelerar a flexibilização monetária do que diminuir o ritmo.
O DI janeiro de 2018 recuava a 9,530%, ante 9,635% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2019 caía a 9,340%, ante 9,440% na mesma base de comparação. Já o DI janeiro de 2021 caía a 9,860%, ante 9,920%.
"O mercado não vinha trabalhando de maneira mais consistente com a possibilidade de corte mais agressivo da Selic", diz Matheus Gallina, trader de renda fixa na Quantitas. Nos cálculos do profissional, a curva de juros embute probabilidade próxima a 30% de uma redução de 1,25 ponto da Selic no próximo encontro do Copom, em maio, o que era praticamente nulo até ontem. A aposta majoritária, com 70% das chances, segue de uma redução de 1 ponto.
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