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Após três altas, confiança do consumidor recua em abril, aponta FGV

26/04/2017 08h26

Depois de três aumentos consecutivos, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou queda em abril, de 3,1 pontos ante março, para 82,2 pontos. Com isso, devolveu parte da alta de 12,2 pontos observada nos meses anteriores. O recuo foi determinado principalmente pela piora das expectativas que, segundo a instituição, pode ter a ver com o noticiário político sobre as delações premiadas dos executivos da Odebrecht.


"A queda da confiança dos consumidores em abril está relacionada ao recuo do Índice de Expectativas para um nível distante da neutralidade (100 pontos), em um quadro que pode ser considerado como de pessimismo moderado. Não há como se descartar a possibilidade de que esta calibragem tenha relação com o mau humor provocado pela nova rodada de eventos políticos - como a divulgação da lista de políticos mencionados nas planilhas de controle da Odebrecht, ocorrida em 16 de abril", afirmou, em nota, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor.


Em abril, tanto as avaliações sobre a situação atual quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice da Situação Atual (ISA) diminuiu 0,7 ponto, se situando em 70,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) cedeu 4,6 pontos, ficando em 91,1 pontos.


Após três meses consecutivos de resultados positivos, as avaliações dos consumidores sobre o estado atual da economia e das finanças familiares pioraram. O indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica caiu 0,9 ponto, para 76,9 pontos. Já o indicador de percepção com a situação financeira da família devolveu a alta discreta de março, estabilizando-se em 65,4 pontos, apontou a FGV.


O organismo notou ainda que os consumidores ajustaram seu otimismo em relação às perspectivas futuras da economia, finanças familiares e intenção de compras de duráveis. "Apesar de algumas variáveis econômicas (inflação e taxa de juros) e incentivos como o FGTS colaborem para aumentar a satisfação e perspectivas, o aumento de incerteza, principalmente no ambiente político, parece agir como uma ducha de água fria no sentimento dos consumidores", destacou a entidade.


A sondagem do consumidor de abril coletou informações de 2,047 domicílios entre os dias 1 e 22 deste mês.