Dólar vai a máximas em 7 semanas em meio a cautela com reformas
O dólar subiu pelo terceiro pregão consecutivo nesta quinta-feira, para uma máxima em sete semanas, perto de R$ 3,20. A moeda chegou a tocar a casa de R$ 3,15 na mínima do dia, mas voltou a picos, conforme o mercado ampliou posições defensivas diante do quadro fiscal doméstico e da tomada de fôlego do dólar no exterior. A greve geral prevista para esta sexta-feira em todo o país contra as reformas trabalhista e previdenciária contribuiu para o clima de cautela.
O dólar interbancário subiu 0,27%, a R$ 3,1810, máxima desde 9 de março. No mercado futuro, o dólar para maio tinha alta de 0,20%, a R$ 3,1815.
Não foi bem recebida a notícia de que a votação do parecer da reforma da Previdência, elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA), foi adiada para 3 de maio. A data prevista anteriormente era dia 2. Embora o adiamento não deva atrapalhar o cronograma do governo, o mercado se ressente por ainda estar sob impacto de ruídos recentes em torno do projeto.
A volatilidade derivada da "briga" entre comprados e vendidos pela Ptax de fim de mês também deu o tom. A Ptax de fechamento de abril será definida amanhã perto de 13h. Até lá, operadores preveem mais chances de o real exibir descolamento adicional de seus pares. "Passada a Ptax, acho bem possível que o mercado 'bata' [venda] um pouco de dólar, principalmente se a moeda for para acima de R$ 3,20", diz o profissional da área de derivativos de uma corretora bastante ativa em câmbio.
O movimento do câmbio aqui também deverá ser influenciado amanhã pela agenda externa, cujo principal dado é a prévia do PIB americano do primeiro trimestre. Números mais fortes tendem a intensificar o recente "trade" de compra de dólar, à medida que dariam suporte a cenários de juros mais altos nos EUA.
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