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Juros futuros longos zeram alta com realização de lucros

27/04/2017 17h04

A pressão de compra no mercado de DI perdeu fôlego perto do fim do pregão regular desta quinta-feira, o que levou os juros futuros mais longos para perto da estabilidade. Operadores relataram alguma realização de lucros, que se seguiu a um "stop" de posições vendidas no começo da tarde, movimento que catapultou as taxas a partir de janeiro de 2019 a máximas.


Esse movimento chamou a atenção dos investidores. Uma demanda por "hedge" após a venda de todos os 10,5 milhões de títulos públicos prefixados pelo Tesouro Nacional foi citada como catalisador do fluxo de compra. "Foi um leilão bem demandado, então acaba gerando alguma pressão na ponta mais longa", diz Luis Laudisio, operador de renda fixa da Renascença.


Um profissional de uma gestora também atribui a alta das taxas do começo da tarde à notícia do adiamento para 3 de maio da votação do parecer da reforma da Previdência, elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA). O mercado se ressente por ainda estar sob impacto de ruídos recentes em torno da capacidade do Palácio do Planalto de conseguir a aprovação da proposta.


Por outro lado, a aprovação ontem da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados ajudou a amenizar tensões em torno do encaminhamento das reformas, mas não as eliminou. Num sinal disso, mesmo com a realização de lucros, as taxas mais longas não voltaram às mínimas. A greve geral marcada para esta sexta-feira em todo o país contra as reformas trabalhista e previdenciária também colaborou para manter a cautela nos negócios.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2021 tinha taxa de 10,080% ao ano (10,070% no ajuste da véspera), após oscilar entre 10,140% e 10,010%.O DI janeiro/2019 mostrava estabilidade, a 9,410%.O DI janeiro/2018 recuava a 9,505% (9,515% no ajuste de ontem).


Os vencimentos de curtíssimo prazo - mais associados à política monetária - foram influenciados pela perspectiva de continuidade do cenário benigno para a inflação, reforçada hoje pelo IGP-M de abril. O índice registrou a leitura mais baixa desde junho de 1989, em queda de 1,10%.O DI julho/2017 caía a 10,645% (10,650% no ajuste anterior).