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Resultado de varejistas puxa bolsas de NY para baixo nesta sexta-feira

12/05/2017 17h51

A subida de 1,45% das ações da Amazon e o tombo de 14,08% dos papéis da J.C.Penney nesta sexta-feira podem ser vistos como um quadro emblemático dos motivos pelos quais o setor de varejo puxou os principais índices americanos para baixo nesta sexta-feira. Isso porque as redes de lojas físicas enfrentam a competição cada vez mais acirrada das vendas on-line e os efeitos passaram a ficar evidentes nos balanços.


A queda das ações das varejistas manteve o Dow Jones e o S&P 500 no território negativo. Já o Nasdaq, que tem peso maior entre os componentes de papéis de tecnologia e biotecnologia, conseguiu se segurar no positivo.


A subida de 1,40% da Apple, que liderou as altas do Dow Jones, serviu de trampolim para outras ações do setor.Após ajustes, o Dow Jones fechou em queda de 0,11%, a 20.896,61 pontos. O S&P 500 caiu 0,15%, a 2.390,90 pontos. O Nasdaq subiu 0,09%, a 6.121,23 pontos.


Na semana, o Dow Jones acumulou recuo de 0,53%. O S&P 500 perdeu 0,35% no período. O Nasdaq teve ganho de 0,34%.


Se ontem a Macy's havia recuado 17%, hoje o grupo acrescentou mais 2,87% ao resultado negativo. Outra grande cadeia varejista, a Nordstrom, viu seus papéis tombarem 10,86% nesta sexta-feira, isso depois de terem caído 7% na quinta-feira.


Os mergulhos no território das perdas dos negócios baseados em pontos de vendas físicos refletiram os resultados trimestrais abaixo do esperado. Conforme analistas, cada vez mais os consumidores têm optado pela comodidade das compras pela internet.


Nesta sexta-feira, a J.C.Penney e a Nordstrom reportaram quedas acima da esperada no conceito "mesmas lojas", ou seja, das unidades abertas há, pelo menos, um ano. Ontem, a Macy's publicou lucros, receitas e uma revisão de metas que frustraram o mercado.


Os dados econômicos divulgados hoje um pouco abaixo do esperado ajudaram a acentuar o mau humor relacionado ao setor. As vendas no varejo dos EUA subiram 0,4% em abril, com ajuste sazonal, mas ficaram abaixo da expectativa de consenso, de alta de 0,5%.


O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou um pouco em abril. O núcleo do CPI - que exclui alimentos e energia - recuou de 2% ao ano alcançado em março para 1,9% na base anual no mês passado.


Essa eventual sinalização de enfraquecimento da economia e um movimento de realização de lucros afetaram ainda os papéis dos setores industrial, financeiro e de energia, que recuaram 0,63%, 0,53% e 0,46%, nas maiores quedas do S&P 500, respectivamente.


Os investidores, no entanto, mantêm apostas na visão de que, historicamente, os primeiros meses do ano tendem a ser lentos e a economia vai acelerar nos próximos. Por isso, mesmo com os sinais negativos dos indicador mais generalistas das bolsas de Nova York, os referenciais ainda permanecem perto das máximas históricas. Segundo analistas, essa resiliência dos "benchmarks" em Wall Street sinaliza a manutenção das expectativas em relação ao projeto de reforma tributária.


"A temporada de balanços do primeiro trimestre tem sido uma das melhores que vimos na última década", disse Olivier Marciot, da Unigestion. "O consumo tem sido meio fraco nos últimos meses, mas não estamos preocupados com os consumidores americanos no momento", disse.