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Juro futuro devolve parte da alta de quinta,com maior volume em 2 anos

19/05/2017 16h31

Em meio ao maior volume em pelo menos dois anos, as taxas de juros futuros negociadas na BM&F tiveram firme queda nesta sexta-feira, num claro ajuste à disparada da véspera. Mas os patamares de preços ainda estão muito mais elevados que no começo da semana, o que sinaliza a percepção de risco latente da parte de agentes financeiros.


A diferença entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2019, por exemplo, chegou a marcar 1,11 ponto percentual hoje, acima até mesmo da taxa de 0,98 ponto alcançada na caótica sessão de ontem.


A inclinação entre os DIs janeiro de 2019 e janeiro de 2018 chegou a registrar leve queda, para 0,3 ponto (0,335 ponto ontem), mas seguiu em terreno positivo. É um sinal de que o mercado coloca em xeque a intensidade do ciclo de afrouxamento monetário.


Não por acaso, o DI janeiro de 2019 - que reflete apostas para as decisões do Copom de hoje até o fim de 2018 - é o mais negociado do dia, com mais de 1 milhão de contratos transacionados, recorde para esse vencimento.


Em todo o mercado, mais de 4,25 milhões de contratos já trocaram de mãos, maior volume desde pelo menos junho de 2015.


O mercado se mostra dividido entre redução de 0,75 ponto percentual e 1 ponto da Selic no próximo dia 31. Dias atrás, a probabilidade de corte de mais de 1 ponto era de mais de 70%.


De qualquer forma, os juros tiveram algum alívio, amparados pela forte queda do dólar e pelos leilões do Tesouro Nacional. O Tesouro aceitou propostas para 3.777.500 títulos públicos em leilões de resgate antecipado e venda de papéis. No total, as ofertas somavam 11 milhões.


De acordo com a Renascença, o Tesouro retirou risco do mercado nas operações de papéis mais longos (NTN-F e NTN-B), mas, por demanda, acabou ampliando ligeiramente o prazo médio do estoque de LTN. Segundo Pedro Barbosa, estrategista de renda fixa da instituição, isso indica que o mercado enxergou as taxas de retorno dos papéis no curto prazo como oportunidade para abrir novas posições. "O mercado está com apetite nesses níveis [de taxas]", diz.


Para os próximos dias, o mantra ainda é evitar grandes posicionamentos, mas os leilões de resgate antecipado do Tesouro Nacional marcados para segunda-feira e terça-feira devem continuar oferecendo algum alívio aos investidores.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho/2017 caía a 10,539% (10,760% no ajuste anterior).O DI janeiro/2018 cedia a 9,640% (10,075% no ajuste de ontem).O DI janeiro/2019 recuava a 9,960% (10,410% no ajuste de ontem).E o DI janeiro/2021 tinha queda a 11,130% (11,390% no último ajuste).