Dólar se aproxima de R$ 3,30 e juros futuros sobem em meio à incerteza
Os mercados financeiros operam na defensiva diante do conturbado cenário político. Os investidores se protegem em meio às elevadas incertezas sobre os rumos do governo Michel Temer e as reformas estruturais da economia. Nesse cenário, o dólar e os juros futuros seguem em alta firme e o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário nacional, recua.
Câmbio
O dólar retoma a alta nesta segunda-feira e opera bem próximo de R$ 3,30. A crise política continua a ditar o tom do mercado de câmbio, amparando um nível mais elevado de negociação da moeda americana. As variações, entretanto, são menos elásticas que a dos últimos dias, enquanto o Banco Central segue oferecendo liquidez ao sistema com oferta de contratos de swap cambial.
Por volta das 13h15, o dólar comercial subia 1,04%, a R$ 3,2894, após tocar a máxima de R$ 3,3065 mais cedo. O contrato futuro para junho, por sua vez, ganhava 1,13%, a R$ 3,3005.
O câmbio doméstico tem o pior desempenho numa lista de 33 divisas globais e opera em direção contrária de outras divisas emergentes. Lá fora, o avanço das commodities ampara os ganhos das principais moedas dessas praças, com o peso mexicano e o rublo russo. A atenção no exterior se concentra em um possível acordo entre os integrantes da Opep sobre controle da oferta de petróleo.
Juros
Os juros futuros também operam em alta nesta segunda-feira. O Boletim Focus trouxe poucas mudanças significativas nas projeções para os indicadores econômicos. A estimativa para a Selic ao fim de 2017 e 2018, por exemplo, segue em 8,50% ao ano. No entanto, o que se ouve de profissionais de mercado é que as incertezas vindas de Brasília têm redirecionado as apostas para a flexibilização monetária no mercado de renda fixa.
O DI janeiro/2018 subia a 9,740%, ante 9,670% no ajuste anterior e o DI janeiro/2019 avançava a 10,250%, ante 9,970% na mesma base de comparação. Entre os vencimentos de curtíssimo prazo, o DI julho/2017 tinha leve queda a 10,540%, ante 10,544.
O DI janeiro/2021, por sua vez, opera em alta a 11,570%, ante 11,170% no ajuste anterior.
Os agentes do mercado continuam atentos ao andamento das reformas no país. Por ora, a leitura é de que a aprovação de novas regras da Previdência está cada vez mais distante, provavelmente sob a gestão de um novo governo, mantendo os prêmios de risco em patamares elevados.
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