IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa fecha estável; JBS sobe 22,5% em dia de recuperação de perdas

25/05/2017 17h44

Os papéis da Vale inverteram o movimento de baixa perto do fechamento e passaram a subir. Com isso, o Ibovespa, que operou em queda durante quase todo o dia em um movimento de realização de lucros, diminuiu a desvalorização e fechou perto da estabilidade. O índice teve leve baixa de 0,05% aos 63.227 pontos, com giro financeiro de R$ 6,8 bilhões. As ações PNA da Vale subiram 0,58% e os papéis ordinários tiveram alta de 0,65%.


O movimento de realização de lucros durante o pregão ocorreu porque, após o Ibovespa cair 8,8% no dia seguinte à divulgação da gravação entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, as ações ficaram baratas. Os investidores estrangeiros aproveitaram as pechinchas. Hoje foi dia de vender os papéis e embolsar os ganhos.


O movimento de venda ganhou força durante o dia com o recuo no preço das commodities. O minério de ferro teve baixa de 0,5% em Qingdao, na China, para US$ 60,24 a tonelada e os contratos futuros de petróleo WTI caíram 5,30 para US$ 48,63 o barril. O petróleo caiu depois de o ministro saudita, Khalid al-Falih, sugerir que cortes mais profundos da produção não são necessários. As ações ordinárias da Petrobras caíram 2,36% e os papéis preferenciais recuaram 1,43%. Como juntas, as ações respondem por quase 10% da composição do Ibovespa, o movimento manteve o índice no terreno negativo boa parte do dia.


As ações dos bancos também fecharam em baixa e, segundo operadores, foram os principais papéis que passaram por realização de lucros. As maiores quedas do dia ficaram com Itaú Unibanco que teve baixa de 2,33% e Santander, que recuou 2,64%.


Profissionais do mercado financeiro afirmam que após esse movimento de compra de ações baratas e realização de lucros no curto prazo será preciso um novo 'driver' para que a bolsa volte a definir um movimento de alta. Até a definição da situação política é possível que o mercado financeiro registre volatilidade.


O índice que mede a volatilidade de ações brasileiras - CBOE Brazil ETF Volatility - subiu 3,28% hoje para 42,49 pontos. Apesar da alta, o indicador marca uma volatilidade menor desde o início da crise política. Na quinta-feira passada, um dia após a divulgação do áudio do presidente Michel Temer e do executivo Joesley Batista, da JBS, o indicador chegou a marcar 57,64 pontos, o maior valor desde 9 de janeiro de 2011, quando marcou 60,46 pontos.


Já a ação que mais subiu hoje foi a JBS, que teve alta de 22,54%, recuperando parte das perdas dos últimos dias. De acordo com operadores, a J&F, controladora da JBS, estudaria vender a Alpargatas, Vigor e Eldorado. Ontem, o empresário Wesley Batista, presidente da JBS e sócio da J&F, ofereceu pagar R$ 4 bilhões em multas, mas a proposta foi recusada. O Ministério Público Federal (MPF) vem exigindo R$ 11,169 bilhões (a valor presente) da holding.


Os investidores começam a traçar novos cenários para a bolsa de valores diante das incertezas políticas. O cenário-base da Guide Investimentos considera que as dúvidas sobre o futuro do presidente Michel Temer vão durar um pouco mais de tempo, a equipe econômica será mantida, embora com certa limitação para levar adiante a aprovação das reformas estruturais.


Em relatório, os analistas da Guide consideram que o processo de transição do governo seria por meio de eleições indiretas, com algum candidato de centro-direita em um Congresso de coalizão. Neste cenário, haveria o retardamento da recuperação da economia de maneira mais gradual, mas haveria espaço para que o Banco Central continuasse a cortar os juros. O Ibovespa poderia oscilar entre 59.800 pontos e 65.100 pontos. O dólar oscilaria entre R$ 3,25 e R$ 3,45 o CDS (credit defaut swap), de 5 anos, ficaria entre 230 e 280 pontos.


25/05/2017 17:32:19