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Juro do cartão de crédito cai para 422,5% ao ano em abril, aponta BC

25/05/2017 11h19

(Atualizada às 11h56) A taxa de juros total do rotativo do cartão de crédito caiu para 422,5% ao ano em abril, ante 490,3% em março, o que representa queda de 67,8 pontos percentuais. O rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão e inclui também saques feitos na função crédito do meio de pagamento.


Os dados do Banco Central (BC) já captam a nova regulamentação do setor, que limita o prazo de permanência dos clientes no rotativo em 30 dias. No caso de inadimplência, o banco deverá parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma para quitar a dívida em condições mais vantajosas. A data final para a modificação era 3 de abril.


Com isso, a autoridade monetária passou a divulgar novas estatísticas. O foco é no chamado pagador regular, que é o cliente que quita a fatura dentro do prazo de vencimento, ou ao menos paga o mínimo de 15%. É sobre esse perfil que recai o maior efeito das medidas que foram anunciadas.


A taxa do chamado rotativo regular ficou em 296,1% ao ano em abril, contra 431,1% em março, o que mostra queda de 125 pontos percentuais. O cliente não regular, que não fez o pagamento mínimo, teve taxa de 524,1%, ante 528,7% em março.


Dentro da categoria do parcelado do cartão, a taxa "normal" foi de 161,6% ao ano, ante 158,5% em março. Agora, o BC passou a divulgar a categoria "parcelado migrado", que abarca justamente o cliente que não quitou a fatura e, pela regra, mudou de categoria. Essa taxa foi de 151,2%. Não há comparação com março, pois a categoria não existia até então. A taxa de 161,6% junta as duas categorias e havia sido de 158,5% no terceiro mês de 2017.


As concessões totais do rotativo de cartão de crédito somaram R$ 14,154 bilhões em abril, baixa de 14,5% sobre março. Na categoria regular, o volume foi de R$ 6,308 bilhões, com recuo de 3,3%, e, na não regular, foi de R$ 7,846 bilhões, decréscimo de 22%.


Dentro do parcelado, a concessão do grupo "normal" caiu 1,1%, para R$ 2,604 bilhões, e o migrado foi de R$ 66 milhões. O parcelado total subiu 1,4%, para R$ 2,670 bilhões em abril.


Já a inadimplência na modalidade rotativo foi de 34,4% no quarto mês de 2017, ante 34,5% em março e 36,4% em abril de 2016. No parcelado, a inadimplência ficou em 1,9%, frente a 1,7% um mês antes. A taxa média de calote do mercado com recursos livres foi de 5,7% em abril.


No cheque especial, a taxa de juros cobrada ficou em 328,3% ao ano em abril, avançando marginalmente dos 328% vistos em março. Em abril de 2016, correspondia a 308,7%. Quanto a inadimplência nessa modalidade,ficou em 15%, depois dos 15,4% em março e dos 14,5% em abril de 2016.


Maio


O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que a expectativa é de novas reduções na taxa o cartão de crédito rotativo.


Ele avalia que os efeitos plenos das novas regras para o rotativo dos cartões, que entraram em vigor no início de abril, serão observados ao fim de maio ou ainda em junho, mas a maior parte do ajuste já foi contemplada.