Dívida bruta do setor público bate recorde e fica em 71,7% do PIB
(Atualizada às 11h26) A dívida bruta dos governos no Brasil avançou de R$ 4,527 trilhões em março para R$ 4,547 trilhões em abril, segundo dados do Banco Central (BC). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida subiu de 71,5% para 71,7%, novo recorde na série iniciada em 2006. A previsão do BC era de alta para 72,4%. Para 2017, a projeção é de que corresponda a 76,2% do PIB.
Entre os fatores condicionantes, destacam-se as emissões de dívida e pagamento de juros que contribuíram com 0,3 ponto percentual. Já o desempenho positivo do PIB tirou 0,1 ponto percentual da dívida/PIB.
Em abril, as operações compromissadas da autoridade monetária para regular a liquidez do sistema financeiro contribuíram para a elevação da dívida, já que foram colocados títulos no mercado. Como proporção do PIB, o saldo dessas operações saiu de 17,2% para 17,3%. Em valores nominais, elas passaram de R$ 1,087 trilhão para R$ 1,096 trilhão.
A dívida líquida do setor público não financeiro registrou leve alteração, passando de R$ 3,021 trilhões, ou 47,7% do PIB em março, para R$ 3,025 trilhões, também equivalente a 47,7% do PIB. Essa é a maior relação dívida/PIB da série histórica iniciada em 2006. A previsão do BC era de alta para 47,9%. A dívida fechou 2016 em 46,2%. Para este calendário, a expectativa é de que dívida líquida corresponda a 52,4% do PIB.
De acordo com a autoridade monetária, a dívida subiu 1,5 ponto percentual no ano, sendo que a incorporação de juros somou 2,2 pontos e a desvalorização do dólar somou outro 0,3 ponto, enquanto o crescimento do PIB tirou 0,6 ponto e o ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa descontou 0,1 ponto.
O dado leva em conta União, Estados, municípios e empresas estatais, com exceção daquelas dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta da dívida pública líquida, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.
Estimativa para maio
O BC estima dívida líquida equivalente a 48% do PIB em maio. Para a dívida bruta, a previsão é de 72,1%, em comparação com os 71,7% do mês passado, recorde da série iniciada em 2006.
Os dados foram informados pelo chefe adjunto do Departamento Econômico da autoridade monetária, Fernando Rocha, considerando um dólar a R$ 3,26.
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