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Dólar tem leve queda em meio a cautela com cena política

30/05/2017 17h41

O mercado de câmbio chegou ao sétimo pregão consecutivo com variações bem abaixo de 1%, em mais uma indicação da falta de palpite de operadores sobre a trajetória de curto prazo do dólar.


O dólar comercial fechou em queda de 0,22%, a R$ 3,2616. No mercado futuro, o dólar para junho tinha alta de 0,12%, a R$ 3,2630, numa sessão negativa para várias moedas emergentes no exterior.


Numa tentativa de proteger carteiras e minimizar perdas, investidores imprimiram forte ajuste no câmbio nos dias 18 e 19, que se seguiram a notícias da gravação de áudio do presidente Michel Temer pelo empresário Joesley Batista.


Com isso, os agentes ficaram com "books" [posições] mais leves. Ainda assim, os players ainda se sentem desestimulados a aumentar exposição, receosos com a persistente incerteza política.


"Pelas rolagens moderadas, vemos que muita gente não deve ir para o próximo mês com posição em aberto. O mercado está menor e com menos vontade de arriscar qualquer coisa", diz o profissional da área de câmbio de uma corretora.


Entre bancos, a percepção é semelhante. O Morgan Stanley ainda vê fluxos ao real como ponto de suporte, mas ressalva que a crise política torna mais prudente posição neutra na moeda brasileira. E BofA e Standard Chartered têm visão mais cautelosa com a taxa de câmbio doméstica.


A avaliação de que o Banco Central foi rápido ao intervir no câmbio nos dias de maior estresse também desestimula especulações com a moeda, o que colabora para a relativa estabilidade das cotações.


Hoje, o BC concluiu a rolagem de todos os US$ 4,435 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expirariam na próxima quinta. O próximo vencimento está marcado para 3 de julho, com lote de US$ 6,939 bilhões - o maior até o momento.


O estoque total de swaps cresceu para US$ 27,763 bilhões ao longo de maio, US$ 10 bilhões a mais que no começo do mês. Isso é resultado da colocação líquida nesse mesmo valor pelo BC. A atuação visou atenuar a pressão no dólar, após a piora da situação política do país.