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Bancos e petróleo pressionam novamente e bolsas de NY fecham em queda

31/05/2017 17h45

Os fundamentos voltaram a falar mais alto nesta quarta-feira em Wall Street. Mas isso não representou uma boa notícia para as bolsas americanas. Os principais índices acionários de Nova York terminaram o dia sob pressão das fortes quedas das ações de instituições financeiras e de companhias de energia.


Após ajustes, o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,10%, a 21.008,65 pontos. O S&P 500 recuou 0,05%, a 2.411,80 pontos. O Nasdaq cedeu 0,08%, a 6.198,51 pontos.


Apesar do segundo pregão seguido no território negativo, os referenciais terminaram o mês com ganhos. O Dow Jones subiu 0,33% em maio. O S&P 500 acumulou alta de 1,04%. O Nasdaq avançou 2,50% no período.


As ações dos seis maiores bancos dos Estados Unidos terminaram o dia em baixa: o Goldman Sachs perdeu 3,33%, o J.P.Morgan recuou 2,04%, o Bank of America teve baixa de 1,99%, o Citigroup caiu 1,77%, o Morgan Stanley registrou perda de 1,25% e o Wells Fargo apontou desvalorização de 1,89%.


As bolsas americanas também receberam pressão hoje da queda do petróleo. O setor de energia do S&P 500 anotou a segunda maior perda na sessão, de 0,40%, depois do tombo de 0,79% do setor financeiro.


Os futuros do petróleo chegaram a recuar mais de 3% na sessão, ainda pressionados pelos receios de que os níveis atuais de corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não sejam suficientes para reduzir o excesso de oferta da commodity.


O setor bancário liderou as perdas nas bolsas americanas, depois que altos dirigentes do J.P. Morgan e do Bank of America sinalizaram um recuo nos resultados do segundo trimestre.A executiva-chefe de finanças do J.P. Morgan, Marianne Lake, disse que o volume de negociações na área de corretagem do banco caiu cerca de 15% neste início de segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado.


Marianne ressalvou que as perdas refletem uma "queda sazonal normal" para os negócios de mercado do primeiro ao segundo trimestre, mas que não vê "nenhuma razão em particular" para a queda de dois dígitos mudar antes que termine o trimestre. A executiva ressaltou que junho do ano passado foi um mês forte.


Já o presidente do BofA, Brian Moynihan, reconheceu hoje a possibilidade de as receitas nos três meses finais do semestre caírem na comparação anual. "No ano passado, nós achávamos que o mundo tinha acabado, e então o segundo trimestre acabou sendo bem robusto, sobretudo em junho", disse Moynihan.


Os resultados da área de corretagem dos bancos no ano passado representaram um ponto fora da curva. O ano começou com um trimestre fraco, mas então as operações começaram a ganhar fôlego. Os lucros e receitas acima do esperado para as corretoras dos bancos vieram na esteira dos desenvolvimentos políticos, como a votação do Brexit, em junho, e a eleição presidencial dos EUA, em novembro.


O maior volume de operações avançou desde o segundo trimestre de 2016 até os primeiros meses de 2017. Foi uma virada que ajudou a encerrar um período de mais de um ano de declínio nas negociações de renda fixa.


O dia ainda foi marcado por uma trapalhada econômica. O Instituto de Gestão de Ofertas (ISM, na sigla em inglês), de Chicago, divulgou de manhã uma leitura completamente errada do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) para a atividade industrial em maio.A instituição reportou uma queda inesperada do indicador para 55,2 pontos, resultado que chegou a pressionar ainda mais os índices acionários dentro do terreno negativo. Porém, algumas horas mais tarde corrigiu o dado para subida a 59,4 pontos, ante 58,3 em abril, no maior patamar em dois anos.


As preocupações em relação à inflação ganharam mais tônica com a divulgação do "Livro Bege", um compêndio de informações coletadas entre empresas dos 12 distritos do banco central americano. O relatório revelou que algumas áreas "notaram preços em queda para certos bens de consumo, incluindo produtos comestíveis, aparelhos e veículos".