Moody's põe 19 bancos brasileiros em perspectiva negativa
A agência de classificação de risco Moody's anunciou que mudou de estável para negativa a perspectiva das notas de 19 bancos brasileiros e suas subsidiárias, assim como da B3 (antiga BM&FBovespa). A medida segue a revisão da perspectiva para a nota de crédito do Brasil anunciada na semana passada.
Foram revisadas as perspectivas de 15 bancos locais, com o mesmo rating do Brasil, bem como de quatro bancos estrangeiros e da B3, que possuem uma nota de crédito acima do rating soberano.
Segundo a Moody's, a mudança da perspectiva do rating do Brasil reflete o aumento do risco para a recuperação econômica do Brasil e crescimento do país no médio prazo dado o aumento da incerteza sobre a aprovação das reformas com a piora do cenário político. "Alguma desaceleração na recuperação da economia, que era esperada para ganhar tração no segundo semestre, prolongará a pressão sobre a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimo e poderia levar a um aumento dos ativos de risco para os bancos", afirmou a agência em relatório.
Por sua vez, o ritmo das recuperações de perdas dos bancos em operações de crédito diminuirá, segundo a Moody's, já que o aumento da inadimplência exige que as instituições financeiras criem provisões adicionais. Essas maiores reservas, por sua vez, colocam pressão sobre os lucros, que deveriam começar a melhorar com a retomada do crescimento dos empréstimos e a diminuição dos custos de financiamento.
Além disso, novas reduções nos custos de financiamento poderiam ser dificultadas se o impacto da crise de confiança na taxa de câmbio alimentar a inflação, limitando a capacidade do Banco Central de promover cortes adicionais da taxa básica de juros.
As afirmações dos ratings, segundo a Moody's, refletem o fato de que, apesar de o risco negativo ter aumentado, o perfil financeiro dos bancos afetados se deteriorou muito menos do que se poderia esperar e os fundamentos de crédito começaram a se estabilizar ao longo dos últimos três meses.
De acordo com a agência, os bancos continuam a demonstrar um apetite de risco conservador e mostram ganhos estáveis. "A liquidez dos bancos permanece ampla e a exposição a funding externo é baixa, reduzindo a vulnerabilidade do sistema a uma eventual retração dos investidores institucionais em tempos de aumento das incertezas políticas", apontou a Moody's.
A agência afirmou um novo rebaixamento do rating soberano e também uma deterioração dos fundamentos de crédito dos emissores com o atraso da recuperação da economia poderiam levar a um corte nos ratings dos bancos.
As instituições colocadas em perspectiva negativa são:
Banco ABC Brasil
Banco Alfa de Investimento
Banco BBM
Banco Bradesco e Grand Cayman
Banco Cooperativo Sicredi
Banco Daycoval
Banco do Brasil e Banco Do Brasil (Cayman)
Banco do Estado de Sergipe
Banco do Nordeste do Brasil
Banco Industrial do Brasil
BNDES
Banco PSA Finance Brasil
Banco Safra e Banco Safra (Cayman)
Banco Santander (Brasil) e Banco Santander (Cayman)
Banco Sofisa
Banco Votorantim e Banco Votorantim (Nassau)
B3
Caixa Economica Federal
Itaú Unibanco Holding e Itaú Unibanco Holding (Cayman)
Itaú Unibanco e Itau Unibanco (Cayman)
31/05/2017 16:41:15
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