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Defesa de Temer critica tentativa de MP de pedir suspeição de ministro

09/06/2017 22h26

Os advogados do presidente Michel Temer deixaram a sessão no TSE, no qual a chapa com a ex-presidente Dilma Rousseff foi absolvida, fazendo críticas à tentativa do Ministério Público Federal de impedir o ministro Admar Gonzaga de votar no julgamento. O pedido foi feito pelo vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino.


"O MP tentou tumultuar. Não poderia pedir a suspeição de Admar Gonzaga hoje. Tinha todo direito de fazer essa intervenção, mas no início do julgamento", apontou o advogado Gustavo Guedes. Para ele, o caso deixou claro que "o presidente tem que ter mais proteção ainda nesses casos", em linha com a fala do presidente do tribunal, Gilmar Mendes que criticou a banalização da cassação de mandatos.


Para o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, a situação mostra que "urge uma reforma política urgente, que faça que a liberdade do voto seja respeitada. Como todos pudemos perceber, há graves problemas na democracia brasileira, principalmente no financiamento de campanha eleitoral".


'Forma técnica'


O vice-procurador-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nicolao Dino, disse em nota que agiu de "forma técnica" ao solicitar que o ministro Admar Gonzaga fosse declarado impedido de votar no julgamento da chapa Dilma-Temer. A manifestação veio em resposta às críticas feitas pelos advogados do presidente Michel Temer após o julgamento.


Leia a íntegra da nota:


"Agi de forma técnica, sem adjetivações, valendo-me de um instrumento processual, de forma bem objetiva. O apreço e o respeito que tenho pela pessoa do ministro Admar Gonzaga não me impede de arguir o impedimento de S. Exa. como julgador, estando convencido da presença dos elementos para tanto. Cumpri meu dever, de acordo com minha consciência e minha independência, assim como o Tribunal exerceu o seu papel, de acordo com a convicção de seus membros. Isso não configura constrangimento."