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Mercado fica perdido com incertezas políticas

13/06/2017 14h12

No mercado acionário brasileiro, o clima é de desânimo nesta terça-feira (13).


A bolsa de valores chegou a subir no começo da manhã, apoiada no desempenho melhor do que o esperado do comércio, mas as preocupações com a crise institucional que o país atravessa impedem maior empolgação.


As vendas do comércio - exceto veículos e material de construção - subiram 1,9% em abril ante o mesmo mês do ano passado, enquanto a média das expectativas em pesquisa do Valor Data com analistas era de uma queda de 0,4%.


Tais números reforçam a percepção de que a economia doméstica estava começando a se recuperar no começo deste ano. Mas, depois, veio a delação premiada dos executivos da JBS, em meados de maio, e a incerteza quanto à continuidade dessa retomada refreia apostas otimistas, pelo menos no curto prazo.


O Ibovespa, principal índice acionário local, sobe 0,02%, para 61.711 pontos, às 13h55.


A ações das empresas do setor de papel e celulose estão entre as maiores altas do índice por conta da flutuação da moeda americana. A Suzano sobe 2,24%, enquanto a Klabin avança 2,21%. A Qualicorp lidera as altas do horário, com valorização de 2,58%. Rumo (2,07%) e Ambev (1,44%) completam o time das cinco maiores altas do Ibovespa no início da tarde.


Já a Vale segue a baixa do minério de ferro. Sua ação preferencial perde 1,82%, e a ordinária recua 2,20%, depois de o metal cair 2,8% na China, para US$ 53,36 a tonelada. As maiores quedas do horário, no entanto, pertencem à Bradespar (-3,29%) e à Eletrobras (-2,27%). A JBS, por sua vez, caía 1,72%.


Câmbio


A instabilidade também prevalece no mercado de câmbio. O dólar inicia o período vespertino em alta moderada embora já distante das máximas da sessão quando testou o nível de R$ 3,33. Operadores apontam que a busca por proteção persiste diante da ausência de novidades concretas que aliviem as preocupações em Brasília.


Nos últimos dias, o câmbio tem se mostrado um dos mercados mais vulneráveis à falta de previsibilidade na política. Contando com o avanço do dólar hoje, a divisa acumula três avanços sequenciais, desde a última sexta-feira (9), quando ainda se esperava a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a respeito das irregularidades da chapa Dilma-Temer. O placar na corte foi favorável ao governo, mas a cautela permanece.


Nesta terça-feira, o dólar até ensaiou uma queda nos primeiros negócios do pregão, mas não mostrou convicção suficiente para ir além de R$ 3,30.


Por volta das 14h05, o dólar caía 0,21%, a R$ 3,3047, com algum espaço ante a máxima de R$ 3,3338 e a mínima de R$ 3,2998.


O contrato futuro para julho, por sua vez, marca R$ 3,320, em elevação de 0,35%.


Juros


O mercado de renda fixa volta a mostrar resiliência em meio à instabilidade política. As taxas nos vértices de médio e longo prazo operam em queda desde o começo do dia.


Os juros futuros têm revelado um desempenho mais consistente que o do mercado de câmbio.


O estrategista na Corretora Coinvalores, Paulo Nepomuceno, explica que o estouro da crise política, há algumas semanas, embutiu prêmio ao longo da curva que ainda não foi totalmente explorado. Na ocasião, houve ainda zeragem de posição de agentes financeiros que estavam com apostas de venda muito agressivas. Sendo assim, o mercado de renda fixa acaba ficando menos exposto e mais "confortável" nos níveis atuais.


Ainda assim, os riscos em torno da reforma da Previdência mantém os investidores na defensiva. O receio entre os agentes de mercado é também que uma demora ainda maior no andamento das reformas leve as votações para 2018, ano de eleição.


Por volta das 14h10, o Di janeiro/2023 se mostrava estável a 10,770%, e o DI janeiro/2025 marcava 10,960%, ante 10,970% na mesma base de comparação. Entre os intermediários, o DI janeiro/2021 marcava 10,310%, ante 10,270%.


No horário acima, o DI janeiro/2018 operava a 9,175%, ante 9,150% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 registrava 9,220%, ante 9,180%.