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Para Alckmin, distritão enfraquece partidos e encarece a eleição

10/08/2017 14h10

Pré-candidato à Presidência da República na eleição de 2018, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou nesta quinta-feira (10) o chamado distritão, aprovado na madrugada dessa quarta-feira (9) na comissão especial da reforma política na Câmara dos Deputados.


Pela nova regra, que ainda precisa passar pelo plenário, são eleitos os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas. Na visão do tucano, esse sistema de votação representa "um grande equívoco porque enfraquece ainda mais os partidos" em um momento de crise política.


"Acho até que [o distritão] pode encarecer a eleição", disse Alckmin em entrevista à rádio "Gaúcha". "Ninguém gosta de partido, mas o fato é que em todas as democracias do mundo você precisa organizar a vida política e os partidos tem um papel."


O tucano é a favor do voto distrital, em que o Estado seria dividido em vários distritos, e cada distrito elegeria um deputado por maioria simples. "Minha tese é de que o vizinho fiscaliza", afirmou Alckmin, que ainda defendeu a cláusula de barreira e o fim das cenas externas para a propaganda de TV como uma solução reduzir o custo das campanhas.


Na entrevista, o governador assegurou que as prévias para a escolha do candidato do PSDB ao Planalto acontecerão em dezembro. "Não precisa ser agora, mas não pode ser improvisado." Além disso, ressaltou que os tucanos vão procurar, para alianças, todos os partidos que não tiverem candidato no primeiro turno, à exceção da siglas alinhadas com o "petismo".


Questionado sobre uma coligação com PMDB, se limitou a dizer que a legenda tem "bons quadros". Neste momento, aproveitou para dar uma alfinetada no presidente Michel Temer ao declarar que o governo sofre de "ilegitimidade".


"Essa é a lógica da democracia. Precisa ter voto. Eu fui governador sem voto quando Mário Covas faleceu. Assumi o governo e depois fui eleito três vezes. É totalmente diferente. O governo [Temer] tem um grande problema de falta legitimidade, que dificulta a governabilidade", disse.