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Juros futuros ficam perto da estabilidade à espera de nova meta fiscal

15/08/2017 16h56

Os juros futuros ficaram entre estabilidade e leve baixa nesta terça-feira, com investidores evitando novas compras de taxa em meio a expectativas de que o déficit primário fique abaixo do patamar de R$ 170 bilhões temido pelo mercado.


Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que não vê no horizonte números de R$ 165 bilhões, R$ 170 bilhões. Por volta de meio-dia, o líder do PP na Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (AL), disse que a proposta apresentada por Meirelles em reunião nesta terça com deputados na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi de déficit primário de R$ 159 bilhões para 2017. Isso representa R$ 20 bilhões a mais que o alvo atual, de R$ 139 bilhões.


No mercado, R$ 159 bilhões é um número que já circulava. O valor fica um pouco acima do rombo de R$ 154,3 bilhões registrado em 2016. Além do número mais alto, a preocupação de investidores com um déficit mais próximo de R$ 170 bilhões está ligada à ideia de que o governo estaria cedendo a pressões da ala política para afrouxar as contas públicas em detrimento da posição da área econômica, liderada por Meirelles.



O debate fiscal se intensifica às vésperas de a S&P anunciar sua avaliação sobre o "rating" soberano brasileiro. Há discussão no mercado sobre as chances de rebaixamento, mas, de forma geral, a perspectiva é que o anúncio das novas metas seja acompanhado de sinalizações de que a condução da política fiscal segue orientada no sentido de reequilibrar as contas públicos no médio e longo prazos.



O CDS de cinco anos do Brasil é um preço de mercado que reflete essa percepção. O spread cai hoje a 200 pontos-base, 4 pontos abaixo da taxa de ontem e apenas 7 pontos acima da mínima em dois anos e meio atingida na semana passada.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 caía a 8,145% (8,155% no ajuste anterior). O DI janeiro/2019 operava estável a 8,060%. O DI janeiro/2021 tinha taxa de 9,380% (9,390% no ajuste de ontem). O DI janeiro/2023 indicava 9,980% (9,990% no ajuste anterior).


Ainda pela manhã, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reiterou a importância do ajuste fiscal para permitir taxas estruturais de juros mais baixas no longo prazo. Ilan repetiu que o BC considera manter o ritmo de corte da Selic e que empregos e salários já dão sinais de recuperação.