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Defesa pede a Moro que suspenda interrogatório de Lula

17/08/2017 16h25

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira ao juiz federal Sergio Moro que suspenda o interrogatório do petista em uma das ações penais a que ele responde em Curitiba, que está marcado para o dia 13 de setembro. A defesa requer a viabilização de prova pericial no material usado pela acusação - documentos, computadores, celulares e tablets.


Neste processo penal o ex-presidente é réu por suposta corrupção passiva envolvendo o pagamento de propinas da Odebrecht para a compra de um terreno, na Vila Clementino, em São Paulo, que seria destinado a abrigar uma nova sede do Instituto Lula.


No pedido, os advogados do petista solicitaram ao juiz que determine ao Ministério Público Federal (MPF) a entrega de todas as correspondências trocadas com autoridades suíças sobre o sistema de computador "My Web Day", usado pela Odebrecht no controle do pagamento de propinas. Na solicitação, a defesa quer que a via eletrônica do material seja submetido à perícia.


Os advogados do ex-presidente alegam que o MPF informou o juízo sobre o fato de não ter obtido acesso à cópia integral do sistema, ainda que um delator da Odebrecht tenha afirmado que tinha em sua posse a "chave correspondente".


"Causa estranheza, para dizer o mínimo, a denúncia se basear no afirmado 'Setor de Operações Estruturadas' que utilizava o sistema 'My Web Day' para controle dos supostos pagamentos de vantagens indevidas e, a despeito disso, ser tomado com naturalidade pelo Ministério Público Federal o fato de os delatores do Grupo Odebrecht não terem fornecido acesso ao referido sistema. Aliás, causa estranheza ainda maior que o acesso ao 'My Web Day' não tenha sido uma condição para a aceitação dos aludidos acordos de colaboração, já que, segundo a narrativa que emerge na denúncia, seria a única forma de efetivamente verificar se houve o pagamento de vantagens indevidas; quais os atos supostamente relacionados a essas supostas vantagens indevidas e, ainda, quem teriam sido os supostos beneficiários", dizem os advogados de Lula na petição.