Prejuízo da Latam avança no segundo trimestre
(Atualizada às 12h01) A Latam Airlines, formada pela fusão entre a brasileira TAM e a chilena LAN, registrou no segundo trimestre deste ano prejuízo líquido de US$ 138,04 milhões, perda 50% maior que a registrada em igual período de 2016.
Na mesma base de comparação, a receita total aumentou 7,7%, atingindo US$ 2,27 bilhões. Já as despesas operacionais cresceram 5,5%, para US$ 2,22 bilhões.
O lucro operacional da Latam Airlines entre abril e junho deste ano foi de US$ 48,2 milhões, ante US$ 1,3 milhão um ano antes, elevando a margem operacional de 0,1% para 2,1%.
"Apesar de ser historicamente o trimestre mais fraco do ano, este resultado reflete incrementos importantes em receita e gestão de custo que a Latam alcançou enquanto continua focada em aumentar as margens e gerar fluxo de caixa", escreveu a direção da empresa no release de resultados.
O crescimento das receitas foi alimentado pelo aumento de 10,6% nas vendas para passageiros, que renderam à companhia US$ 1,9 bilhão. Já o transporte de cargas caiu 1,3%, para US$ 256,5 milhões. Outras receitas recuaram 10,4% para US$ 128,9 milhões.
A Latam aumentou a receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (Rask) em 10,3%, graças a um aumento de 9,4% do yield ? quanto cada passageiro paga em média para voar um quilômetro. As taxas de ocupação tiveram aumento de 0,7 ponto percentual, para 83,7%.
"A recuperação dos yields durante este segundo trimestre foi primariamente gerida por um melhor ambiente de precificação em operações nacionais e internacionais do Brasil, bem como nos mercados domésticos de língua espanhola", disse a Latam.
No lado das despesas, a Latam disse que o incremento é explicado por US$ 42,6 milhões de custos mais altos com combustível de aeronave, resultante de um aumento de 15,1% no preço médio por galão (excluindo hedge) em relação ao segundo trimestre de 2016.
"Além disso, a companhia reconheceu US$ 62,5 milhões de custo não recorrente associado a devoluções de frota e desligamento de funcionários. Como consequência, despesas operacionais excluindo combustíveis e custo não recorrente aumentaram 2,5%, impulsionadas pelo impacto negativo da valorização de moedas locais e altas taxas de inflação na região", disse a Latam.
Brasil
A participação da Latam Brasil nobalanço consolidadoda controladora no segundo trimestre representou um prejuízo líquido de US$ 83,8 milhões, um valor 186% maior das perdas registradas um ano antes, de US$ 29,3 milhões.
Apesar de ter apresentado no segundo trimestre deste ano uma perda líquida maior no balanço consolidado da Latam, a empresa brasileira registrou aumento de receita, na comparação com o desempenho de um ano antes. O faturamento da Latam Brasil entre abril e junho deste ano cresceu 17% ante um ano antes, atingindo US$ 1,05 bilhão.
A participação do Brasil nas vendas consolidadas da Latam Airlines ? somando voos domésticos e internacionais operados pela Latam Brasil ? representou 45,6% da receita operacional total entre abril e junho deste ano. Um ano antes, a participação brasileira foi de 42,5%.
Levando em conta apenas as operações domésticas de passageiros no Brasil - que representam 27% do total de receitas de passageiros -, a Latam Brasil aumentou as receitas por assentos-quilômetros disponíveis (ASK, na sigla em Inglês) em 3,5% em reais.
Segundo a companhia, esse incremento foi determinado pelo ajuste de capacidade implantados em 2016, elevando a receitas por assento. A Latam Brasil cortou em 3,9% a oferta doméstica em ASK, enquanto a demanda caiu 5,4% em relação ao mesmo trimestre de 2016. Como resultado, a taxa de ocupação recuou 1,3 ponto percentual, para 79,9%.
A Latam disse que a receita da companhia em dólar também foi favorecida pela apreciação do real, de 8,3%, ante o dólar durante o trimestre. Assim, as receitas por ASK aumentaram 16,3% quando medidas em divisa americana.
Dívida
No segundo trimestre, a companhia registrou uma dívida líquida ajustada de US$ 11,2 bilhões, queda de 2,6% ante um ano antes.
Na mesma base de comparação, o caixa e equivalente caixa da Latam aumentou 38,2%, para US$ 1,7 bilhão. A posição de liquidez representou 21,1% da receita líquida dos últimos doze meses até 30 de junho de 2017, ante 13,2% um ano antes.
Durante o primeiro semestre de 2017, a Latam gerou US$ 307,5 milhões de fluxo de caixa livre, um aumento de US$ 155 milhões em relação ao mesmo período de 2016.
A posição de liquidez da Latam foi reforçada por US$ 375 milhões de uma linha de crédito renovável (RCF) não utilizados, que é US$ 25 milhões mais alta quando comparada a 31 de março de 2017.
A relação entre dívida líquida ajustada e lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e arrendamento (Ebtidar) em 12 meses, caiu de 5,9 vezes, em 30 de junho de 2016, para 5,2 vezes.
A Latam também reduziu investimentos para melhorar o balanço. Os compromissos de frota para 2017 foram reduzidos em mais US$ 326 milhões, devido a adiamento da entrega de três Airbus A320 Neo para o próximo ano.
Os compromissos de frota de 2018 agora totalizam US$ 701 milhões. Os compromissos de frota para 2019 tiveram uma redução de US$ 448 milhões ante o que havia em 31 de março último, somando agora US$ 1,141 bilhão.
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