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Lula diz ser grato a Sarney e elogia Renan: "Me ajudou a governar"

25/08/2017 11h13

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (25) ser "grato" ao ex-presidente José Sarney (PMDB-MA) e que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) "pode ter todos os defeitos, mas me ajudou a governar esse país". Ainda sobre Renan, o petista afirmou: "Todo mundo é inocente até que provem o contrário".


As declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva a jornalistas da dita "imprensa alternativa", no Recife, nesta manhã. "Sou grato ao Sarney como presidente do Senado. Teve um tempo que as pessoas queriam que eu rompesse com o Sarney e eu iria ganhar de presente como presidente [do Senado] o Marconi Perillo [PSDB]. Ora, você vai deixar de ter um tubarãozinho manso para ter um lobo mordendo até o pé?", disse Lula.


Quando a caravana do petista chegar ao Maranhão, sua última parada, Lula deve ter agenda dupla: vai encontrar o governador Flávio Dino (PCdoB) e representantes do clã Sarney.


Depois de dividir palanque com Renan em passagem por Alagoas, Lula jantou ontem, no Recife, com a viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, voz importante dentro do PSB, partido que rompeu com o PT nas eleições de 2014.


Sobre o encontro com Renata, Lula comentou que "amizade é uma coisa e política é outra". Ele ressaltou a boa relação que tem com a família Arraes Campos.


A reaproximação entre os partidos não agrada o PT local, que se ressente das últimas três eleições perdidas para o PSB no plano estadual e municipal.


Josué e Dilma


Segundo Lula, "as alianças políticas continuam necessárias", "toda eleição vai ter isso", e que foi por meio delas que conseguiu chegar ao poder. O petista lembrou que a aliança com o falecido empresário José Alencar (PRB), ex-vice-presidente, o ajudou a ultrapassar a barreira dos 50% dos votos.


Nos bastidores, há especulações de que o filho de Alencar, o empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, pode sair como vice na chapa com Lula em 2018.


Segundo o petista, acordos pontuais são necessários, ainda que não definitivos. "Gostaria que a esquerda tivesse mais força, mas quem vota é o eleitor e temos que nos subordinar ao desejo das urnas", disse Lula.


A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se juntou à caravana de Lula hoje e deve participar de ato para sindicalistas em Ipojuca (PE) esta manhã e de outro para os movimentos sociais no Recife, no fim da tarde. Amanhã, Lula irá a João Pessoa.


Regulação


Lula lamentou "não ter feito mais" na área de regulamentação da comunicação e disse que essa era uma "briga séria, do tamanho da guerra do Vietnã". Ele criticou o fato de que hoje no Brasil, "apenas nove famílias tomam conta dos meios".


Segundo Lula, a ideia não é "clivar o conteúdo" e "fazer censura", mas regular a mídia no modelo inglês e não cubano. Ele disse que é preciso discutir a programação local das retransmissoras.


"Qualquer retransmissora hoje tem um dono, que na verdade é um agente de publicidade", afirmou.