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Gilmar só responderá sobre suspeição quando retornar da Romênia

29/08/2017 15h57

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), só irá se manifestar sobre sua suposta suspeição no caso do empresário Jacob Barata Filho quando voltar de viagem à Romênia, no dia 7 de setembro.


Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro está em Bucareste para participar de uma conferência internacional sobre o uso da tecnologia nos processos eleitorais.


Na segunda-feira, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, determinou que Gilmar se posicione sobre o pedido de suspeição feito pelo Ministério Público Federal. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro não poderia ter concedido habeas corpus a Jacob Barata Filho, o rei do ônibus no Rio, pois foi padrinho de casamento da filha do empresário. Gilmar tem negado que esse episódio lhe impeça de atuar de forma imparcial.


Cármen está inclinada a levar o caso à decisão do plenário da Corte. Nesta terça-feira, ao chegar para a sessão da Primeira Turma, o ministro Alexandre de Moraes disse que o procedimento definido pela presidente é habitual. "É o que deve ser feito em todos os casos. Já alegaram dois impedimentos meus. Ela deve ouvir o ministro e depois decidir", afirmou. Já Marco Aurélio foi categórico: "Não falo sobre isso. Com relação a esse rapaz, não falo."


A resposta de Gilmar deve se assemelhar à que ele enviou ao Supremo em maio, quando Janot pediu seu impedimento para atuar no caso do empresário Eike Batista, a quem também concedeu liberdade. Para o procurador-geral, o fato de a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, atuar em um escritório que presta serviços a Eike comprometeu a atuação do juiz no processo. Na ocasião, Gilmar acusou Janot de "ataque pessoal".