Dólar fecha estável apesar de exterior favorável a emergentes
A queda do dólar perdeu fôlego ao longo da sessão desta sexta-feira, apesar do ambiente favorável a ativos de emergentes. Os principais pares do real lideraram os ganhos diários após novo sinal de que a economia dos Estados Unidos ainda não tem tração suficiente para estimular um aperto monetário mais duro. Por aqui, entretanto, ainda persistem incertezas sobre a agenda de reformas do governo, principalmente, as medidas de cunho fiscal.
Na próxima semana, será acompanhada de perto a votação no Senado da Taxa de Longo Prazo (TLP). Este é último passo para a aprovação parlamentar definitiva da medida. A expectativa é positiva, mas o prazo é curto. A proposta teria de ser apreciada até o dia 7 antes de caducar. "Continuamos cautelosamente otimistas sobre a aprovação desta medida. A nova taxa de longo prazo (TLP) é um marco para o Brasil e deve ajudar a reduzir os subsídios e criar incentivos para os mercados de capitais locais", diz o BNP Paribas.
Nos próximos dias, também atraem atenções as divulgações do IPCA de agosto, na quarta-feira, e a produção industrial de julho, na terça. O UBS aponta que os números de atividade devem reforçar as percepções de que alguma recuperação está no caminho correto. A expectativa é de alta mensal de 0,5% da produção industrial. Para a inflação, a leitura é de taxa de 0,29% no mês.
Além disso, o Banco Central anuncia sua decisão de juros, sob expectativa de que deve cortar a Selic em 1 ponto percentual, para 8,25% ao ano.
A tendência do câmbio doméstico depende em grande parte do sinal vindo do exterior. Na semana que vem, o Banco Central Europeu (BCE) divulga a decisão de juros. E a coletiva de imprensa do presidente Mario Draghi será acompanhada de perto pelos investidores. Num dos mais recentes pronunciamentos do dirigente, Draghi evitou comentar em Jackson Hole sobre os futuros passos na política monetária. No entanto, ele citou um cenário positivo para recuperação econômica da região, alimentado avanço do euro contra o dólar.
O apetite por ativos de risco continua elevado nos mercados globais, reflexo de "yields" em níveis baixos para padrões históricos nas principais economias avançadas, destacou o Bradesco em relatório nesta semana. "Surpresas positivas com o crescimento econômico na Europa (e redução do risco político nesse continente) e dados também melhores em algumas economias emergentes impulsionaram o enfraquecimento do dólar no mundo", acrescenta.
Hoje, a criação de empregos nos EUA em agosto, de 156 mil novos postos de trabalho, ficou aquém da expectativa, de 179 mil vagas. O resultado do relatório de empregos americano - um dos principais balizadores da política monetária - corrobora a visão de estabilidade dos juros nos Estados Unidos ainda por mais tempo. O mercado de renda fixa americano, por exemplo, segue precificando chance maior de 50% de que uma nova elevação de juros não deve ocorrer até dezembro de 2017.
O dólar comercial caiu 0,04% para R$ 3,1471, acumulando queda de 0,22% na semana. Na mínima, a divisa chegou a tocar a mínima de R$ 3,1230, o menor patamar intradiário desde o dia 8 de agosto.
O dólar futuro para outubro cedia 0,22% para R$ 3,1535, por volta das 17h45.
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