Temer diz estar sereno com reviravolta no caso JBS
Em meio a um alívio visível na delegação brasileira, o presidente Michel Temer foi sucinto ao reagir à reviravolta no caso da delação de Joesley Batista, sócio da JBS.
Ao partir do hotel para a última reunião do Brics, em Xiamen, Temer afirmou que recebeu com "a maior serenidade" a notícia de que áudio mostraria um procurador atuando para a JBS antes de deixar a Procuradoria-Geral da República.
"Recebi com a maior serenidade de sempre, (porque) aí ninguém suportaria o que aconteceu", afirmou.
"Respeito todas as decisões que forem tomadas pela Justiça, mas não devo falar uma palavra sobre isso", acrescentou, diante do questionamento de jornalistas sobre pedido de seu advogado para não ocorrer uma segunda denúncia contra ele.
Um diálogo de Joesley Batista, sócio da JBS, com o ex-executivo da empresa Ricardo Saud deixa claro que o agora ex-procurador Marcelo Miller atuava para o grupo empresarial antes de se exonerar, segundo fonte com acesso à investigação.
Miller se exonerou do Ministério Público Federal (MPF) e foi contratado quase em seguida pelo escritório Trench, Rossi & Watanabe, que representava a JBS e que na época esteve envolvido na negociação do acordo de leniência da J&F, holding do grupo.
A conversa de Joesley com Saud foi gravada acidentalmente em 17 de março e recuperada do gravador de Joesley pela Polícia Federal (PF).
Segundo o deputado Darcísio Perondi, o presidente soube do novo episódio da delação de Joesly de madrugada, por um telefonema de seu advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira.
"Quando subimos às 6h30 (para falar com Temer), ele estava sabendo", contou.
Outro deputado observou: "O presidente está aliviado, bastante aliviado".
O deputado Beto Mansur (PRB-SP) contou que recebeu um telefonema de Brasília às 4h (horário chinês) e a notícia era de que numa entrevista da Procuradoria-Geral da Republica poderia sair nova denúncia contra o presidente.
Mansur disse que só conversou com o presidente às 8h, mas Temer contou que acordara também às 4h porque não conseguia dormir em Xiamen, em meio ao fuso horário de 11 horas.
Temer disse a deputados que não comentaria publicamente antes de saber os detalhes do novo capítulo na delação de Joesley. Disse que não iria fazer o que fizeram com ele, segundo contou um parlamentar.
A interpretação entre parlamentares que acompanham o presidente à China é de que o procurador-geral Rodrigo Janot, ao descobrir o áudio, contactou o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin e pode ter avisado que anularia a delação de Joesley.
Nesta terça-feira, o presidente Temer, antes sob tensão permanente, mostrava alívio, porque mesmo com boas notícias da economia permaneciam "fortes sombras" envolvendo uma nova denúncia, disse um membro da delegação.
Deputados gravaram vídeos para suas contas no Twitter comentando o novo caso, basicamente dizendo que não há agora razões para nova denúncia contra o presidente.
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