Tensão global provoca queda moderada do Ibovespa; dólar cai
O aumento da cautela nos mercado externo, provocado por questões geopolíticas, estimula hoje uma leve correção para o Ibovespa. O movimento ocorre num dia de menor liquidez com o feriado nos Estados Unidos e após um período de forte ganho da bolsa, que levou o índice para cima dos 72 mil pontos na última sexta-feira.
Embora haja uma pressão por realização de lucros, o mercado mantém uma visão positiva quanto à retomada, ainda que lenta, da economia do país, o que dá impulso a uma continuidade dos ganhos da semana passada para alguns ativos, especialmente os de empresas siderúrgicas.
Investidores também operam em compasso de espera por decisões relevantes, como a votação da criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) hoje às 14h pelo Senado e o anúncio pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira (6), da Selic.
Às 13h40, o Ibovespa tinha leve queda de 0,09%, a 71.860 pontos.
Fibria e Usiminas renovam máximas intraday em 12 meses, e a siderúrgica é hoje novamente destaque de altas (+4,87%, a R$ 7,97).
No mesmo sentido, a Gerdau Metalúrgica avança 3,02%, a R$ 6,15, enquanto a Gerdau PN sobe 2,14%, a R$ 12,86; a CSN valoriza 1,62%, a R$ 9,42.
"O mercado externo opera hoje estressado com a tensão crescente após o teste [com a bomba de hidrogênio] da Coreia da Norte, que elevou a aversão ao risco lá fora e estimulou uma realização aqui, em uma semana mais curta com o feriado de quinta-feira", afirma Rafael Gonzalez, sócio da Platinum Investimentos. "Mas o mercado está bem leve e com boa oportunidade para ativos baratos e para o índice continuar em alta."
De acordo com ele, a agenda política ainda é importante no Brasil, em especial com possíveis novas denúncias contra o presidente Michel Temer, mas o mercado parece deixar esses elementos um pouco de lado no momento.
"A realização do Ibovespa é pequena comparada ao mercado lá fora, com queda inexpressiva e com pouco volume. Politicamente, ainda há riscos e um estresse no futuro não está fora de pauta, mas o mercado ainda tem força para seguir com ganho até o fim do ano", diz.
Para Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe da Indosuez Wealth Management, o Ibovespa tem hoje um "comportamento normal" de pequena correção, mas que não anula o bom desempenho recente. Em um cenário de menor liquidez, não é impossível, portanto, que o índice volte ao campo positivo.
"As bolsas na Europa vinham caindo e isso [o teste nuclear da Coreia do Norte] é um dos fatores por trás do movimento discreto de agora, com ameaças ao ambiente externo de calmaria", diz. "Mas o mercado ao mesmo tempo está confiante de que a situação não vai evoluir para um conflito armado."
Dólar
O câmbio doméstico tem desempenho ligeiramente melhor que de principais emergentes nesta segunda-feira. Por aqui, o dólar opera em baixa moderada ante o real, apesar da alta frente aos pares. O novo sinal de risco geopolítico da Coreia do Norte - desta vez, um teste com bomba nuclear - tem efeito limitado de aversão ao risco nos ativos internacionais. E domesticamente, há ainda sentimento cautelosamente positivo com a tramitação no Congresso das propostas de mudança de meta fiscal e da criação da Taxa de Longo Prazo (TLP).
"Ao que tudo indica, há uma conjuntura que permite que o dólar fique onde está, próximo de R$ 3,15", diz o operador Cleber Alessie Machado Neto, da H.Commcor. Nesse contexto, ele cita o processo de gradual de aperto monetário do Federal Reserve e os sinais de crescimento das principais economias do mundo. Para que o dólar recue ainda mais, espera-se o avanço na agenda de reformas do governo. "Tem espaço para a queda do dólar, mas isso tem sido controlado pela cautela com a situação fiscal".
Além da importância das medidas em si, a tramitação das propostas do governo também é observada como termômetro para apoio parlamentar à reforma da Previdência.
As atenções também se voltam para a possível apresentação de nova denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Há pouco alarmismo entre profissionais de mercado. Ainda assim, não se descarta a cautela, principalmente, quanto a atrasos adicionais na reforma.
Por volta das 13h40, o dólar comercial opera em baixa de 0,36%, a R$ 3,1358.
Juros
Sem descuidar dos riscos geopolíticos no exterior, as atenções no mercado de renda fixa se voltam para as próximas passos do Banco Central na condução do afrouxamento monetário no Brasil. Mais do que a decisão do Copom em si e a expectativa de corte de 1 ponto perncetual nesta quarta-feira, o debate centra-se atualmente nas possíveis indicações dos dirigentes do BC sobre as próximas etapas no atual ciclo de corte de juros.
ODI janeiro/2018 cai a 7,770% (7,790% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recua a 7,830% (7,800% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021 opera a 9,210% (9,210% no ajuste anterior).
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